O técnico confirmou o acerto com o time do Parque São Jorge, que se comprometeu a pagar a multa de R$ 3 milhões pela rescisão do contrato com o time do ABC.
Na chegada ao Parque São Jorge, o treinador já começou a lidar com os vários problemas do Timão.
O principal desafio de Leão será unir o rachado elenco mosqueteiro, que hoje revive os dias de rusgas entre Marcelinho e Ricardinho. Isso sem falar na briga do Pé-de-Anjo com Mascherano, as outras tantas de Carlos Alberto e Tevez, ou a notória preguiça de Roger.
Disciplinador, o novo treinador do Corinthians não faz questão de ter um grupo de amigos para trabalhar. “Você pode não ter um excelente relacionamento, mas pode ter uma conduta profissional. O meu desejo é ter os dois, mas, se não for possível, eu quero o profissionalismo”, explicou.
Leão negou que vá alimentar a crise de relacionamentos no elenco do Corinthians, uma vez que nunca se deu bem com argentinos. Em 1997, comandando o Atlético-MG na extinta Copa Conmebol, ele apanhou de torcedores do Lanus e teve que operar a face. No ano seguinte, com o Santos, voltou se envolver em confusão na Argentina, desta vez contra o Rosário Central.
O técnico já declarou até que não acha necessário clubes brasileiros importarem jogadores da Argentina, dada a qualidade do atleta brasileiro. Kia Joorbchian trouxe três hermanos para o Timão: Sebá, Mascherano e a estrela do time, Tevez. Leão não dá importância para o fato.
“Jogador tem que jogar bola, independente da sua nacionalidade”, discursou o novo comandante alvinegro, que se deu bem com o também argentino Gioino, quando dirigiu o Palmeiras.
Retiro – Para unir o elenco e amenizar a crise, Leão já estuda afastar o Corinthians de São Paulo. “Minha idéia é levá-los para um lugar onde só nos possamos nos conhecer e treinar, olhando de frente toda hora”, contou o treinador. Ele costuma escolher Jarinu como retiro das equipes que comanda.
Sobre a volta após 20 anos
Em suas primeiras palavras, o ex-goleiro Emerson Leão comemorou a oportunidade de voltar ao Timão depois de duas décadas.
“Após 23 anos, volto ao clube onde fui muito feliz como atleta. Estou muito entusiasmado e a responsabilidade é grande, mas foi justamente isso que me trouxe para cá”, comentou Leão. “Cheguei no epicentro do furacão, mas o tempo vai nos ajudar. O presidente me deu carta branca, sempre visando o bem do Corinthians”, completou.
O treinador, que estava no São Caetano, assinou contrato por dois anos e agradeceu o apoio da torcida, que em sua maioria o apontava como a melhor opção para o clube. “A sua maneira de trabalhar é o seu cartão-postal, e as pessoas honestas têm espaço. A torcida quer um funcionário que trabalhe o máximo possível e se torne um representante do torcedor. É o que eu serei”, diz.
Apesar de não esconder a felicidade pela chegada ao Parque São Jorge, Leão afirmou que passa a ter uma dívida de gratidão com seu ex-time. “O São Caetano me deu tudo que eu quis e hoje de manhã ainda quis me dar mais. É algo que eu vou retribuir um dia”, comentou o treinador, que fez a mesma afirmação quando deixou o São Paulo no ano passado para dirigir um clube japonês.
Leão estará no banco de reservas na partida desta quarta-feira contra o Fluminense e acredita que a recuperação da equipe comece imediatamente. “Uma equipe da tradição do Corinthians não era para estar onde chegou. Classificar-se à Copa Sul-Americana é obrigação e o objetivo é subir o máximo e o mais rápido possível. Temos de jogar com humildade, pois assim voltaremos a vencer”, diz.
Sobre sua passagem como jogador do clube, em 1983, Leão preferiu minimizar o fato de ter se posicionado contra a Democracia Corintiana. “Foi um passado rápido, apenas um ano, mas de sucesso. Ninguém era obrigado a seguir a Democracia Corintiana e a imagem que ficou para mim foi a do título que conquistamos. Poderia até não haver amizade entre alguns atletas, mas tínhamos uma equipe que jogava coletivamente, e isso é o importante”, destacou.
Ricardinho deixa o Corinthians
O meia Ricardinho não é mais jogador do Corinthians. Na segunda-feira, o ex-camisa 11 do Timão nem participou dos treinamentos para poder acertar sua transferência. Nesta terça-feira, o jogador rescindiu contrato com o clube. Seu provável destino é o Besiktas, da Turquia.
O técnico Emerson Leão foi avisado logo no primeiro encontro com a diretoria do Corinthians que não poderá contar com o meia. A segunda passagem de Ricardinho no Corinthians foi discreta. O contrato que era para durar dois anos acabou em menos de oito meses.