O governo federal lançou nesta segunda-feira o PAC 2 (Programa de Aceleração do Crescimento), com investimentos divididos entre 2011 e 2014 e pós-2014, somando R$ 1,59 trilhão em obras –embora o governo tenha concluído pouco mais de 40% das obras previstas no PAC 1.
Os projetos de infraestrutura do PAC 2 serão divididos em seis eixos, segundo o governo, que usa o programa como carro-chefe e usará como plataforma na campanha da ministra Dilma Rousseff à presidência.
A previsão é que R$ 958,9 bilhões sejam usados até 2014. O slogan será “O Brasil vai continuar crescendo” e as áreas de investimento serão: Energia, Água e Luz Para Todos, Comunidade Cidadã (aumento da cobertura de serviços nas cidades), Minha Casa, Minha Vida, Transportes e Cidade Melhor (voltadas para as cidades).
A maior parte dos investimentos será destinado para os projetos de energia com um montante total de R$ 1,092 trilhão. Habitação receberá a segunda maior cifra, com R$ 278,2 bilhões para o programa Minha Casa, Minha Vida.
Energia
Os gastos na área de energia do PAC 2 vão somar R$ 1,09 trilhão, o maior montante do programa. Desse recurso, R$ 465,5 bilhão devem serão usados até 2014 e R$ 627,1 bilhões depois do período.
A maior parte dos recursos será destinado para projetos de petróleo e gás natural com R$ 879,2 bilhões (R$ 285,8 até 2014 e R$ 593,4 bilhões no período seguinte). Em seguida, aparecem os investimentos em geração de energia elétrica. Serão usados R$ 136,6 bilhões do programa para os projetos da área.
O PAC 2 prevê a destinação de R$ 125,7 bilhões para os projetos do pré-sal, dos quais R$ 64,5 bilhões serão investidos até 2014. Os investimentos incluem início da produção em Guará e Iara.
Ainda na área de energia, o programa prevê a construção e ampliação de unidades de fertilizantes. Os investimentos na área somarão R$ 9,1 bilhões até 2014 e R$2,1 bilhões no período seguinte. Com isso, o governo espera reduzir a dependência de insumos importados e reduzir o custo da produção agrícola.
Transporte
Os investimentos em transportes do PAC 2 (Programa de Aceleração do Crescimento) vão priorizar as rodovias. Do montante total reservado para a área (R$ 109 bilhões), R$ 50,4 bilhões serão destinados para a expansão dos sistema rodoviário.
Em seguida, aparecem os investimentos na malha ferroviária, com R$ 46 bilhões. O planejamento inclui linhas de alta velocidade de São Paulo-Curitiba, Campinas (SP) -Triângulo Mineiro e Campinas (SP)-Belo Horizonte (MG).
As obras de recuperação, ampliação e modernização em portos vão consumir R$ 5,1 bilhões do PAC 2. Os projetos incluem reformas e construção nos terminais de passageiros com vistas à Copa de 2014.
Os aeroportos vão receber R$ 3 bilhões dos recursos do PAC 2. O maior número de projetos (15) será voltado para terminais de passageiros. O objetivo das aplicações é atender o crescimento da demanda com prioridade para as cidades-sede da Copa de 2014.
PAC 1
Em fevereiro, o governo divulgou um balanço do PAC 1 informando que, em três anos, 63,3% do projeto de investimento foi executada, incluindo empenho do setor privado.
De acordo com o balanço, foram executados investimentos de R$ 403,8 bilhões entre 2007 e 2009 –a previsão do governo é, até o final de 2010, chegar a R$ 638 bilhões.
Do montante gasto nos três anos, R$ 126,3 bilhões foram investimento do governo federal, R$ 88,8 bilhões do setor privado e o restante de contrapartidas de municípios entre outros.
Ainda segundo o governo, foram concluídas 40,3% das obras. O setor mais adiantado é o de habitação e saneamento, com 66,4% das obras concluídas. A área de logística e de energia teve apenas 27,6% das obras concluídas.
GABRIEL BALDOCCHI
Folha Online, em Brasília