O reajuste das tarifas do transporte coletivo de Cuiabá é uma afronta ao
bolso do trabalho e a prova cabal de que a municipalidade não possui
qualquer planejamento para o setor e preocupa até mesmo para a Copa do
Pantanal 2014. “Num processo invisível para a maioria, alguém está
‘ganhando’ algo, talvez até por baixo dos panos”, denunciou o presidente da
União Cuiabana de Associações de Moradores de Bairros (Ucamb), Édio Martins
de Souza.
O que mais preocupa não é apenas o reajuste em si, segundo Édio Martins,
mas, também, a completa ausência de um debate consistente sobre mobilidade
urbana para a Capital. “Sem coordenação e modernização, a tarifa será cada
vez mais cara e o transporte cada vez pior”, argumenta o presidente da
Ucamb.
“Não se discute alternativas consistentes de médio e longo prazos, com
raríssimas e honrosas exceções, como as intervenções urbanas apresentadas
pela Agecopa”, argumenta Édio Martins.
O secretário geral da União Coxipoense de Associações de Moradores (Ucam),
Paulo Pereira Sardinha, afirma que o índice do reajuste não foi analisado de
forma criteriosa e transparente. “Tenho informação segura de que não se
levou em consideração a média da quilometragem adotada nas metodologias
utilizadas e nas planilhas tarifárias”, lamentou Sardinha, que representa a
Ucam, no Conselho Municipal de Trânsito e Transporte.
O novo valor da tarifa, em Cuiabá, foi reajustado em 9%, passando dos atuais
R$ 2,30 para R$ 2,50. A Ucamb votou contra a majoração, no Conselho
Municipal de Trânsito e Transporte, presidido pelo titular da SMTU, vereador
Edivá Pereira Alves. Já em Várzea Grande o vale-transporte também ficará 20
centavos mais caro, saindo de R$2,20 para R$2,40.
RONALDO PACHECO