O brasiliense está sofrendo com a baixa umidade e a poluição causada por mais de 50 incêndios florestais registrados desde o último final de semana.
Não chove há 82 dias e, segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), as chuvas só deverão voltar em setembro. Mesmo assim, devem chegar em pouca quantidade e de maneira muito irregular, o que aumenta o risco do surgimento de novos focos de incêndio.
Uma área de 424.900 m² (equivalente a 10% do Parque da Cidade, o maior de Brasília) foi queimada somente na segunda-feira (16), segundo os bombeiros.
Nesta terça-feira (17), o Corpo de Bombeiros registrava até as 12h quatro ocorrências de incêndio. Em junho, foram 483 focos. Em julho, o número aumentou para 640. Em agosto, até esta terça-feira (17), os bombeiros contabilizavam 357 focos.
Com tantos incêndios, o céu de Brasília foi tomado por uma camada de micropartículas de gás carbônico.
“A última chuva ocorreu no final de maio. Em agosto não temos previsão de chuva, mas talvez, na última semana, algumas pancadas isoladas podem ocorrer. Mesmo em setembro, as chuvas ainda devem voltar de forma irregular”, explicou Hamilton Carvalho, meteorologista do Inmet.
Doenças respiratórias
Segundo a coordenadora do Programa de Combate a Asma da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, a médica alergista Marta Guidacci, o clima seco poderia ajudar no controle das doenças alérgicas, mas com as queimadas, a situação fica agravada.
“Com o clima seco, a gente respira menos bactérias e vírus. Entretanto, as baixas temperaturas do inverno e as micropartículas que ficam no ar, por causa das queimadas, agem como fatores irritativos, aumentando os casos de alergia e os atendimentos nos hospitais”, explicou a médica.