O ex-deputado federal Pedro Henry, condenado no processo do mensalão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, já recebeu quatro propostas de emprego para atuar durante o cumprimento da pena em Cuiabá, no regime semiaberto, segundo o advogado José Antônio Duarte Alvarez. Uma das propostas foi oficializada por um hospital privado da capital mato-grossense, onde Henry, que já exerceu a medicina antes da carreira política, atuaria na administração do corpo médico por um salário de R$ 7,5 mil mensais.
Até o momento, somente esta proposta de trabalho foi apresentada oficialmente à Justiça, inclusive com assinatura do presidente do hospital privado, segundo o advogado de Henry, que não detalhou as demais oportunidades de trabalho porque elas são ainda apenas verbais, por enquanto. Ele informou, porém, que o ex-parlamentar também deseja estudar, matriculando-se em algum curso profissionalizante ou superior.
Durante o cumprimento da pena em regime semiaberto, explicou Alvarez, Henry terá saída vetada aos sábados, domingos e feriados, podendo sair somente de segunda a sexta-feira às 6h com retorno à penitenciária até as 19h caso obtenha oportunidade de trabalho ou estudo.
Porém, as atividades do ex-deputado fora da prisão não serão liberadas automaticamente e ele deverá cumprir a pena em regime integral até que a Justiça o autorize a trabalhar ou estudar. Entretanto, ainda não há previsão para que a Vara de Execuções local se manifeste.
Caso Henry consiga a devida autorização, poderá diminuir um dia da pena a cada três dias de trabalho. O empregador deverá entregar relatórios periódicos à Justiça de modo a monitorar o ex-parlamentar, adiantou Alvarez. As regras do semiaberto determinam até oito horas de trabalho por dia e até quatro horas de estudo diárias. A defesa afirmou que pretende explorar ao máximo esse tempo.
Transferência
O advogado falou à imprensa logo após a transferência do ex-parlamentar na tarde desta sexta-feira (27) para o anexo da Penitenciária Central do Estado, em Cuiabá. Antes, ele estava na Penitenciária da Papuda, em Brasília, desde a ordem de prisão expedida com o fim do processo do mensalão, no qual foi condenado a sete anos e dois meses de prisão.
A transferência para Mato Grosso, em vôo comercial e escoltado por policiais, foi autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) após pedido da defesa para que o condenado cumprisse a pena perto da família.
Alvarez informou que conversou com Henry a respeito dos detalhes do cumprimento da pena logo após a transferência.
O ex-deputado passou por exame de saúde no Instituto Médico Legal assim que chegou a Cuiabá e nada de grave foi constatado. Ele não faz uso diário de medicamento e se encontra bem, segundo o advogado. Henry deverá dividir uma cela de 20 metros quadrados com outros três presos. Ele foi acusado de receber dinheiro em troca de apoio político no Congresso ao governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Condenado pelo STF, antes de se entregar à Polícia Federal (PF) o então deputado mato-grossense pelo PP renunciou ao mandato, agora ocupado pelo empresário Roberto Dorner (PSD).
G1-mt