A guerra contra o tráfico de drogas nas Filipinas lançada pelo presidente Rodrigo Duterte – considerado o 'Trump filipino' devido ao seu conservadorismo radical e declarações polêmicas – já provocou a morte de 1.800 pessoas desde o dia 1º de julho.
De acordo com o chefe da polícia das Filipinas, Ronald Dela Rosa, entre o dia 1º de julho e 21 de agosto, foram mortos 721 suspeitos de serem traficantes. Outras 10 mil pessoas foram presas, entre consumidores e vendedores das substâncias, e acredita-se que outras 6 mil estejam sob processo na Justiça do país.
Os números foram apresentados por Dela Rossa a um comitê que investiga homicídios extrajudiciais no país. Eleito em maio, o presidente Rodrigo Duterte, de 71 anos, iniciou uma perseguição aos grupos de tráfico e às lideranças criminosas, política que tem lhe rendido críticas de entidades internacionais e ONGs de direitos humanos, apesar de ser sua principal promessa de campanha.
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Criticado pelo seu "pulso firme", o presidente ameaçou neste domingo (21) retirar o país da Organização das Nações Unidas (ONU). Duterte sugeriu propor à China e às nações africanas criarem um novo bloco e acusou a ONU de falhar na luta contra o terrorismo, contra os conflitos armados e contra o narcotráfico.
Promessa de campanha
O presidente filipino prometeu durante sua campanha "eliminar a criminalidade" do país em um prazo de três a seis meses. Duterte garantiu no início de seu mandato que seguiria a linha dura que marcou seu governo à frente da cidade de Davao e ser um "ditador" para "matar traficantes".
"A todos vocês que andam com drogas, a vocês filhos do diabo, a verdade é que vou matá-los. Não tenho paciência e comigo não há meio-termo: ou me matam ou eu mato todos eles. Serei um ditador contra todos aqueles que se portam mal, os criminosos e os traficantes de drogas: para eles, tudo ficará muito difícil", declarou o novo mandatário do país.
Duterte ficou 22 anos à frente da cidade de Davao – ou sete mandatos consecutivos – e alega ter transformado o local de um dos mais violentos do país em uma "cidade segura". Porém, segundo dados do próprio governo das Filipinas, entre 2010 e 2015, Davao foi a cidade que mais registrou homicídios no país e teve o segundo maior número de crimes gerais no mesmo período.
*Com informações da Ansa