Com a intenção de reduzir e até bloquear a transmissão de dengue, chikungunya e zika, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) criou uma fábrica para liberação em larga escala de mosquitos Aedes aegypti com Wolbachia no Rio de Janeiro. A estrutura conta com capacidade de produção semanal de 10 milhões de ovos do mosquito com a bactéria.
Pesquisadores da Fiocruz comprovaram a ação da bactéria com estudo publicado em maio de 2016 na revista científica Cell Host & Microbe. Trazido ao País, o projeto estuda o uso da bactéria Wolbachia como uma alternativa natural, segura e autossustentável para o controle de dengue, chikungunya e zika.
Promovida pela Fiocruz, a iniciativa Eliminar a Dengue: Desafio Brasil iniciou como projeto piloto direcionado aos bairros de Tubiacanga e Niterói no ano passado. Com as atividades de 2017, 10 bairros da Ilha do Governador serão atendidos: Ribeira, Zumbi, Cacuia, Pitangueiras, Praia da Bandeira, Cocotá, Bancários, Freguesia, Tauá e Moneró. Na sequência, toda a Ilha do Governador será coberta.
“Esses mosquitos, ao serem soltos no campo, vão cruzar com os outros. A fêmea passa a bactéria através dos ovos e todos os seus descendentes já nascem com a bactéria Wolbachia. Seria como fazer a imunização da população de campo do mosquito”, explica o pesquisador-líder do projeto, Luciano Moreira.
Alcance
No recente processo de expansão, a fábrica funcionará ao lado do local atual destinado à criação de mosquitos e contará com mais espaço físico, equipamentos e técnicas específicos para o aumento da produção. A finalidade é suprir a maior demanda por mosquitos na fase atual do projeto.
De acordo com o planejamento do programa, o projeto se expandirá para outras localidades da cidade do Rio de Janeiro, nas zonas Norte e Sul. A liberação de mosquitos será encerrada até o final de 2018, quando as áreas beneficiadas pelo projeto reúnam cerca de 2,5 milhões habitantes.
Fonte: Portal Brasil, com informações do Blog da Saúde e Fiocruz