A incapacidade dos países membros de aprofundar a integração entre eles está impedindo o crescimento do Mercado Comum do Sul (Mercosul). Segundo especialistas, o bloco econômico corre risco de isolamento caso continue com suas “indefinições” políticas e econômicas.
Valadão destaca o fato de que todos os países da costa do Oceano Pacífico, ou seja, do Chile ao México (menos o Equador), firmaram acordos de livre comércio com os Estados Unidos, a Europa e alguns grandes países asiáticos. Ele disse que isso formou um novo bloco dentro do continente, que já é chamado de Nova Linha de Tordesilhas na América Latina, colocando do outro lado as nações da costa atlântica, capitaneadas por esse Mercosul complicado.
Algumas disputas comerciais entre os países membros marcaram o ano de negociação política entre os países da região. O governo argentino exige, por motivos ambientais, a suspensão das obras de duas fábricas de celulose no Uruguai próximas ao rio Paraguai, fronteira entre ambos.
Já o Chile está insatisfeito com as medidas tomadas pela Argentina, que aumenta os custos energéticos e o preço do gás no país. O produto tem sido tema de debate também entre os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e da Bolívia, Evo Morales, que nacionalizou as reservas bolivianas de gás no ano passado.
Entre os mais insatisfeitos do bloco está o Uruguai, que já cogitou a possibilidade de deixar o Mercosul. Os uruguaios advertiram os parceiros que não vão tolerar para sempre a falta de respostas do Mercado Comum tanto à sua reivindicação de poder fechar acordos com terceiros quanto à sua queixa pelos bloqueios argentinos na fronteira por causa da fábrica de celulose.
O Uruguai vem fazendo fortes reclamações a seus sócios Argentina, Brasil, Paraguai e Venezuela, para que o Mercosul permita a seus membros assinar acordos comerciais com terceiros diante da falta de avanço no bloco.
FU