Investigada na grampolândia pantaneira, Helen Lesco, esposa do coronel da Polícia Militar Evendro Lesco, pediu que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) relaxe suas medidas cautelares para que possa trabalhar como personal trainer. Também foi requerido a autorização para frequentar missas dominicais.
Parte da petição roga que seja permitido à personal “ausentar-se de sua residência ao início de labor no local de trabalho às 05:00 horas, com último horário até as 21 horas, diárias, e soas sábados, durante o período matutino, não se olvidando do tempo necessário para o deslocamento de sua residência às respectivas academias”.
Para conseguir a liberação, foi juntada uma lista de alunos matriculados. Ciente da manifestação, o ministro Mauro Campbbel Marques, responsável pelo processo no Superior Tribunal de Justiça (STJ), determinou que a academia Inspire Wellness Clube, localizada em Cuiabá, envie documentos comprovando possível atuação de Helen. Também foi requerida informações sobre local e hora do culto religioso.
“Antes de deliberar sobre o pedido, acolho a manifestação do Ministério Público Federal e determino que seja oficiada à Academia Inspire Wellness Clube para que, no prazo de 5 dias, informe se os alunos identificados estão ali matriculados”, afirma despacho, que segue: “determino que seja a requerida notificada a informar no prazo de 5 dias o local e endereço em que pretende frequentar o culto religioso”.
O despacho do ministro foi proferido no dia 28 de maio.
O caso
A decisão foi proferida no âmbito do inquérito que investiga suspeita de interceptações ilegais envolvendo o governador Pedro Taques (PSDB) e que está sob segredo de Justiça.
Os grampos foram conseguidos na modalidade “barriga de aluguel”, quando investigadores solicitam à Justiça acesso aos telefonemas de determinadas pessoas envolvidas em crimes e no meio dos nomes inserem contatos de não investigados.
O inquérito é responsabilidade de Campbell desde o dia 17 de outubro, após o ministro requerer a remessa de todos os inquéritos referentes a grampolândia pantaneira ao STJ.
A determinação pela remessa atende ao pedido do MPF e do próprio Taques. O entendimento é de que por conta de o tucano possuir foro por prerrogativa de função, as investigações deveriam ser conduzidas pelo STJ.
Os autos que estão hoje sob responsabilidade do STJ geraram, durante a operação Esdras, as prisões de Rogers Jarbas (ex-secretário de Segurança Pública), o coronel Airton Siqueira (ex-secretário de Justiça e Direitos Humanos), o coronel Evandro Lesco (ex-chefe da Casa Militar), Helen Christy Lesco, o advogado Paulo Taques (ex-chefe da Casa Civil), o sargento João Ricardo Soler e o major Michel Ferronato.
Ainda existe processo desmembrado em Mato Grosso, na Justiça Militar, em que são réus os coronéis Zaqueu Barbosa, Evandro Alexandre Ferraz Lesco, Ronelson Jorge de Barros, o tenente-coronel Januário Antônio Batista e o cabo Gerson Luiz Ferreira Corrêa Júnior.
Com: Gazeta Digital