Polícia Federal deflagra a Operação Estado para combater a ação da facção criminosa Comando Vermelho de Mato Grosso na política estadual. As investigações da PF apontam que membros da facção criminosa financiam e patrocinam candidatos políticos para que os mesmos busquem ser eleitos.
Para conseguir eleger os candidatos faccionados, os criminosos agem por meio de “salves” dados em aplicativos de redes sociais, ameaçando eleitores para que votem nos escolhidos pelo CV. A facção exige que os eleitores apresentem algum comprovante.
De acordo com as investigações, os bandidos estão insatisfeitos com a atuação das forças policiais na região do Vale do Araguaia na repressão aos crimes. Por isso, o objetivo é eleger candidatos que futuramente barrem as operações policiais.
Uma das investigadas já foi candidata ao cargo de vereadora no município de Nova Iguaçu/RJ em eleições passadas. Ela foi presa em flagrante durante o cumprimento de mandado de busca e apreensão por ter tentado destruir aparelho celular que já se encontrava apreendido pela Polícia Federal. Os membros do Comando Vermelho são orientados a quebrar os aparelhos celulares quando forem alvos de ações policiais.
Foram cumpridos três mandados de busca e apreensão em Barra do Garças contra integrantes da facção criminosa. As ordens foram expedidas pela 9ª Zona Eleitoral de Barra do Garças.
Os materiais apreendidos serão periciados e analisados pela Polícia Federal, buscando a responsabilização criminal de todos os envolvidos, com toda sua extensão e profundidade.
A Polícia Federal enfatiza que vem atuando como polícia judiciária eleitoral na apuração de possível inserção de representantes previamente escolhidos por facções criminosas no âmbito político (legislativo e executivo), juntamente com o fenômeno da desinformação eleitoral (Fake News), de modo a preservar a higidez da democracia brasileira.
Alerta
Por fim, a Polícia Federal ressalta ainda aos eleitores a desnecessidade de prestação de contas de seu voto a qualquer pessoa e/ou facção criminosa que imponha tal conduta sob ameaça ou violência de qualquer natureza, conforme apontam as denúncias investigadas sendo o voto secreto nos termos da Constituição Federal.
Qualquer conduta de tal natureza deve ser comunicada aos órgãos de controle e fiscalização eleitoral, quais sejam, Polícia Federal, Ministério Público Eleitoral e Justiça Eleitoral para a imediata adoção das medidas cabíveis.
RepórterMT