Ao todo, 131 indivíduos foram mortos em 2022 no país, ou seja, 6% a menos em comparação a 2021
Levantamento anual feito pela Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) aponta que o Brasil é o país que mais mata transexuais e travestis pelo 14º ano consecutivo. A pesquisa, divulgada nesta quinta-feira, 26, revela que 131 indivíduos foram mortos em 2022. Em comparação ao número registrado em 2021, houve uma queda de 6%, já que há dois anos foram computados 140 homicídios.
Das vítimas mortas no ano passado, o relatório também aponta que a maioria tinha entre 18 e 29 anos, próximo à expectativa de vida de uma pessoa trans no Brasil, que é de 35 anos. Em relação aos Estados que mais contabilizaram mortes de transexuais e travestis em 2022, Pernambuco lidera o ranking com 13 assassinatos. Já São Paulo, que historicamente reúne o maior número de vítimas, ocupa a segunda posição, com 11. O mesmo número foi registrado no Ceará.
Outro dado importante que o levantamento traz é que a maioria dos crimes aconteceu durante à noite, com pessoas que se prostituem para sobreviver. Para a realização da pesquisa, a Antra consultou fontes primárias de informação, como entidades responsáveis pela segurança pública, Poder Judiciária e imprensa, além de fontes secundárias, como redes sociais, relatos testemunhais e instituições de direitos humanos. No mundo, atrás do Brasil, aparece o México (56) e os Estados Unidos (51) com maior número de assassinatos de trans e travestis em 2022. O dossiê foi entregue ao ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, nesta quinta-feira. Isso porque, nesta semana, ele recebe personalidades trans, já que o Dia da Visibilidade Trans é comemorado no próximo domingo, 29.
JovemPan