A versão de uma testemunha de acusação no caso da morte de Isabella Nardoni, 5 anos, contradiz o relato apresentado pelo pai da menina, Alexandre Nardoni, e pela madrasta, Anna Carolina Jatobá, no depoimento que prestaram ontem à Justiça de São Paulo. A testemunha, que seria um morador do primeiro andar do prédio onde morava o casal, o edifício London, falou por telefone ao Jornal Hoje.
Anna Carolina e Alexandre sustentaram que desceram juntos ao jardim do prédio para ver o que havia acontecido com Isabella. No entanto, segundo a testemunha Alexandre desceu primeiro e, minutos depois, a madrasta desceu com os dois filhos do casal.
De acordo com registro de ligações da polícia, o morador telefonou para pedir socorro às 23h49 do dia 29 de março. O sigilo telefônico do apartamento dos Nardoni mostra que, minutos depois, às 23h50, foram feitas duas ligações do apartamento para o pai de Alexandre e o pai de Anna Carolina.
Segundo a polícia, o morador disse que, depois de desligar o telefone, viu Alexandre chegando sozinho ao jardim.
“Ele estava sozinho. Após três ou quatro minutos, chegou ela (Anna Carolina) com as crianças”, afirmou. O vizinho contou que perguntou para Alexandre o que havia acontecido. “Ele respondeu que um ladrão havia arrombado seu apartamento, rasgado a tela e jogado a criança”, disse a testemunha.
O depoimento e a quebra de sigilo do telefone do apartamento devem ser usados pela promotoria para desmontar a versão do casal. As testemunhas de acusação devem ser ouvidas nos dias 17 e 18 de junho.
Isabella Nardoni, 5 anos, foi encontrada ferida no dia 29 de março no jardim do prédio onde moram o pai Alexandre Nardoni e a madrasta Anna Carolina Jatobá, na zona norte de São Paulo. Segundo os Bombeiros, a menina chegou a ser socorrida e levada ao Pronto-Socorro da Santa Casa, mas não resistiu aos ferimentos e morreu por volta da 0h. O inquérito policial apontou que ela foi agredida, asfixiada e jogada do sexto andar do edifício. No dia 18 de abril, Alexandre e Anna Carolina foram indiciados por homicídio doloso, triplamente qualificado.
No dia 6 de maio, o promotor Francisco Cembranelli denunciou e pediu a prisão preventiva do casal, aceita pela Justiça. Alexandre está preso na Penitenciária Dr. José Augusto Salgado (P-2), em Tremembé (SP), e Anna Carolina, na Penitenciária Feminina Santa Maria Eufrásia Pelletier, também em Tremembé.
R: Terra