Os candidatos à Presidência dos Estados Unidos, Barack Obama e John McCain, declararam um apoio contido ao projeto de plano anticrise sobre o qual líderes congressistas e da gestão George W. Bush concordaram, ontem (28). McCain disse acreditar que é necessário “engolir” o plano; e Obama previu que a aprovação será rápida –a votação será nesta segunda-feira.
O projeto, em linhas gerais, libera US$ 700 bilhões para o Departamento do Tesouro do país utilizar no resgate ao sistema financeiro americano. Se aprovado, o plano configurará a maior intervenção governamental na econômica americana desde a Grande Depressão, em 1930.
Reuters
Os senadores John McCain (Republicano) e Barack Obama (Democrata), candidatos à Presidência dos Estados Unidos
Em seu primeiro debate, na sexta-feira (26), tanto Obama quanto McCain tentaram parecer, aos olhos dos eleitores, os mais indicados para dirigir o país em tempos de crise. Depois do acordo, ambas as campanhas também passaram a reivindicar responsabilidade sobre parte das mudanças no projeto original.
McCain, senador por Arizona, afirma que irá restaurar a economia com cortes nos gastos e nos impostos pagos por cidadãos e negócios; e argumenta que Obama levaria o país a uma era de grandes gastos governamentais e altos impostos. “Isso [o plano] é algo que teremos de engolir e levar adiante. Não fazer nada simplesmente não é uma opção aceitável.”
Por outro lado, Obama, senador por Illinois, afirma que o republicano McCain é responsável pela crise atual, ao menos em parte, porque sempre demonstrou apoio a Bush; e diz que os cortes propostos por McCain apóiam o mesmo esquema favorável a empresas e de regras frouxas que colaborou para a crise.
“Eis os fatos: por duas semanas, falei ao telefone todos os dias com o secretário [do Tesouro, Henry] Paulson e com os líderes congressistas para assegurar que os princípios que tivemos nos últimos tempos fossem incorporados ao projeto.” Para Obama, o projeto atual contempla a ajuda aos consumidores que ele reivindicava. “Nós somos forçados a limpar a bagunça.”
No sábado (27), dia seguinte ao debate, pesquisas de opinião realizadas entre espectadores revelaram que a maioria dava vitória a Obama. Um dia antes, pesquisas de intenção de voto também revelavam que o democrata teve uma melhora, com a crise. Obama e McCain irão se encontrar mais duas vezes e seus vices, Joe Biden e Sarah Palin, respectivamente, uma vez, antes da votação do próximo dia 4 de novembro.