O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, defendeu nesta quinta-feira (5) um mundo livre de armas nucleares durante sua primeira visita a Nagasaki, no Japão, dias antes do aniversário de 65 anos do lançamento da bomba atômica pelos Estados Unidos que desencadeou o fim da Segunda Guerra Mundial.
“A única maneira de garantir que as armas nucleares não serão usadas é eliminando-as totalmente”, indicou Ban em pronunciamento, segundo a agência “Kyodo”. “Vim honrar os hibakusha (sobreviventes das armas atômicas)”, afirmou.
Ban viajou esta semana ao Japão, o único país que sofreu um ataque atômico, para defender um mundo sem armas nucleares e assistir na sexta-feira (6), em Hiroshima, à cerimônia que lembrará o primeiro lançamento de uma bomba atômica da história, em 1945.
Será a primeira vez que um secretário-geral da ONU participa desse ato, realizado todos os anos às 8h15 locais de 6 de agosto, a hora em que em 1945 os EUA lançavam do “Enola Gay” a primeira bomba nuclear sobre uma população civil.
A cerimônia também receberá pela primeira vez um representante do governo dos EUA, o embaixador em Tóquio John Roos, além dos representantes diplomáticos de Reino Unido e França, potências vencedoras da Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Antes de se deslocar a Hiroshima, Ban Ki-moon foi a Nagasaki, que na segunda-feira (9) também lembrará em outro ato os 65 anos do lançamento da bomba, a segunda sobre uma população civil.
Ao término de 1945, 74.000 pessoas tinham morrido em Nagasaki e 140 mil em Hiroshima em decorrência dos ferimentos causados pelas bombas atômicas, e muitas outras pessoas perderam a vida nos anos posteriores devido às radiações.
Após chegar nesta terça (3) ao Japão, o secretário-geral da ONU defendeu o avanço do desarmamento nuclear e insistiu na necessidade de que a comunidade internacional redobre seus esforços de não-proliferação.
“Espero que com minha presença possamos enviar uma mensagem forte à comunidade internacional, de que devemos conseguir um mundo sem armas nucleares”, disse Ban, para quem “não há lugar mais apropriado que Hiroshima” para ressaltar essa mensagem.
Agência-EFE/G1