Apesar das críticas de muitos analistas ao corte de meio ponto na semana passada, o governo está convencido de que o Brasil tem uma oportunidade rara de baixar a taxa de juros mais rapidamente.
Segundo fontes do governo, já se cogita a hipótese de, a partir de outubro, a redução ser de até 1 ponto percentual ou mais na taxa básica de juros.
A contrapartida é a promessa do governo de manter o aperto fiscal.
A ideia é que a presidenta Dilma Rousseff termine o governo com taxa de juros de países civilizados.
Não será surpresa se, no ano que vem, o juro baixar para algo em torno de 4% em termos reais, o que corresponde a uma Selic de 8% mais ou menos.
O Brasil não quer repetir o erro de 2008 e 2009, quando desperdiçou uma oportunidade rara de reduzir a taxa de juros mais agressivamente.
A Turquia aproveitou o momento da crise e hoje tem juros muito menores do que o Brasil, apesar da condição econômica pior que a brasileira.
Atualmente, a taxa de juros no país é de 5,75% ao ano, contra 12% da Selic.
Na opinião do governo, essa queda mais brusca da taxa de juros não vai influenciar a inflação, diante da crise internacional.
Além disso, se houver algum problema de inflação, o Banco Central pode, de novo, subir os juros, mas não tanto como agora.
A atual taxa de juros do Brasil não é compatível com a situação econômica do País.
Se Fernando Collor ficou marcado pela abertura da economia, Fernando Henrique Cardoso pela estabilização e Lula pelos avanços na área social, Dilma quer ficar marcada por ter acabado com a última distorção na economia, que é a injustificável taxa de juros
IG/Guilerme Barros