Em um jogo duro, truncado, às vezes até violento, a iniciativa de um treinador superou a inércia de outro. A vitória por 1 a 0 do São Paulo sobre o Atlético-MG diante de 61 mil pessoas no Morumbi teve o dedo do argentino Edgardo Bauza, que, após um primeiro tempo de poucas oportunidades para ambos os lados, teve a audácia de lançar seu time para frente. Do outro lado, Diego Aguirre tentou de todo jeito segurar o empate e agora terá que reverter a vantagem são-paulina no duelo de volta das quartas de final da Libertadores.
Os jogadores dos dois times compraram aquela história de “clima de Libertadores” desde o início da partida. Os ânimos começaram acirrados e com menos de dois minutos já houve discussão os atletas após entrada dura de Ganso em Leandro Donizete. A partida foi mais truncada do que disputada, tanto que houve mais cartões amarelos (cinco para o Galo e dois para o Tricolor) do que finalizações (uma correta e uma para fora para cada lado).
O São Paulo dominou as ações desde o início, mas, embora estivesse com a posse de bola, tinha dificuldades para superar a marcação do Galo. Do outro lado, o Atlético-MG entrou justamente para complicar o duelo para o adversário, já que o técnico Diego Aguirre levou a campo uma equipe com três volantes (Donizete, Rafael Carioca e Júnior Urso), além de Patric, que sempre fechava o meio pela direita. A estratégia do uruguaio funcionou em partes: embora o Galo tivesse força para roubar a bola, faltou qualidade para ligar o ataque formado por Lucas Pratto e o apagado Robinho, que deixou a partida aos 38 com lesão muscular na coxa.
No total, foram dois lances de perigo no primeiro tempo. Aos oito minutos, Ganso – o principal jogador tricolor nos 45 minutos iniciais – aproveitou cruzamento de Kelvin para cabecear com perigo por cima do gol de Victor. Já o Galo chegou a estufar a rede aos 34, mas o bandeirinha assinalou impedimento de Lucas Pratto após cruzamento rasteiro de Patric.
Embora pegado, o segundo tempo começou mais aberto. Ainda tímido, o Galo se lançou um pouco mais ao ataque, o que dava espaços para o Tricolor trabalhar mais a bola. O Atlético assustou no início com cabeceio de Erazo após cobrança de escateio. O São Paulo respondeu na mesma moeda: aos 14, depois de córner, Maicon subiu na primeira trave e Rodrigo Caio quase completou na segunda.
Diante da dificuldade de criação do São Paulo, a torcida fez coro pela entrada de Michel Bastos. Edgardo Bauza atendeu o pedido aos 18, colocando o meia na vaga de Kelvin. Mal entrou em campo, o camisa 7 já teve uma oportunidade após contra-ataque. Mas, dentro da área, ele chutou errado.
O técnico do São Paulo não se contentava com o resultado e lançou a equipe mais para a frente, com a entrada do atacante Wilder na vaga do volante Thiago Mendes. Bauza ainda teve que gastar sua última alteração com o zagueiro Maicon, que sentiu lesão e pediu para sair. O treinador optou pela entrada do veterano Lugano, para a alegria da torcida tricolor.
A iniciativa de Edgardo Bauza foi recompensada aos 34. Em falta da esquerda, Wesley colocou na cabeça de Michel Bastos, que testou no cantinho de Victor para abrir o placar. Na comemoração, os atletas foram em direção à torcida quando uma grade que protegia o público se rompeu e algumas pessoas caíram para dentro do campo. Os torcedores, alguns com fraturas, feridos foram levados para hospitais. Segundo a assessoria do clube, o local do acidente era usado como camarote da Conmebol.
Michel Bastos sai do banco e dá vitória ao SPFC
Gustavo Mesa, do Morumbi | esportes@band.com.br
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