E deverá contabilizar mais de R$ 189 bilhões. A maior parte, R$ 155 bilhões, virá das lavouras
A estimativa do Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) de 2021, para Mato Grosso, é de R$ 189,83 bilhões, cifras que se garantidas, serão o novo recorde de faturamento da produção agropecuária local. A receita inédita deriva do bom momento de produção e preços observados à soja, ao milho e ao boi. Os dados são da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Mais que recorde – o quarto consecutivo – a receita estimada para Mato Grosso se mantém como a maior do País e adiciona, também, uma expansão anual de 11,83% sobre o recorde anterior, em R$ 169,80 bilhões.
O VBP mostra a evolução do desempenho das lavouras e da pecuária ao longo do ano e corresponde ao faturamento bruto dentro do estabelecimento, ou seja, da porteira para dentro. Calculado com base na produção da safra agrícola e da pecuária e nos preços recebidos pelos produtores nas principais praças do país.
Os cinco maiores VBP´s do Brasil são: Mato Grosso, R$ 189,83 bilhões, seguido por Paraná, R$ 145,14 bilhões, São Paulo, R$ 124,44 milhões, Rio Grande do Sul, R$ 119,29 bilhões e Minas Gerais, R$ 109,78 bilhões. Esses têm sua economia baseada em forte ênfase em milho e soja, e também na produção pecuária.
Para o País foram projetados R$ 1,09 trilhão, 10,5% acima do valor de 2020, que foi de R$ 995 bilhões. Como destaca a Conab, os dados regionais mostram que neste ano quase todos os estados apresentam maior nível de faturamento que no ano passado. Isso vem ocorrendo devido aos resultados favoráveis de produtos como, arroz, milho, soja, trigo, cana de açúcar, carne bovina, carne de frango e outros.
Do total estimado para o Estado, neste ano, R$ 155,51 bilhões virão das lavouras – crescimento ante o faturamento anterior em R$ 138,35 bilhões – e outros R$ 34,31 bilhões das atividades pecuárias, que também apontam alta sobre o consolidado no ano passado, em R$ 31,44 bilhões.
Em relação às lavouras, das quatro mais importantes em termos financeiros para o Estado, duas tiveram projeções positivas sobre 2020: soja, que deve fechar o ciclo com receita de R$ 95,39 bilhões, e o milho, com nova estimativa de crescimento anual, chegando dessa vez a R$ 38,08 bilhões. Ambas as culturas têm VBP recorde.
Já o algodão e a cana-de-açúcar devem faturar menos em relação ao consolidado no ano passado, R$ 17,45 bilhões e R$ 2,44 bilhões, respectivamente.
Vale destacar que o VBP das lavouras mato-grossenses estimado em R$ 155,51 bilhões, tem R$ 133,47 bilhões originados apenas na soja e no milho.
Entre as cinco atividades da pecuária, com maior representação no VBP estadual, apenas a bovinocultura e a avicultura têm estimadas de evolução sobre o realizado no ano passado. Conforme a Conab, a bovinocultura passa de R$ 24,48 bilhões para R$ 27,48 bilhões neste ano. A produção de aves deve faturar R$ 3,38 bilhões contra R$ 3,23 bilhões do ano passado.
Em estão a suinocultura, com previsão de passar de R$ 1,86 bilhão para R$ 1,73 bilhão, seguida pela produção de leite, de R$ 811,27 milhões para R$ 729,76 milhões em 2021 e a produção de ovos que deve encolher a receita de R$ 1,05 bilhão em 2020 para R$ 978,20 milhões.
BRASIL – Os produtos que mais se destacaram foram arroz, com aumento do VBP de 3,8%, cana-de-açúcar 2,3%, milho 15,7%, soja 30,2% e trigo 34,6%. Estes cinco produtos representam 55,4% do VBP total.
Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o plantio tardio do milho de segunda safra e o clima adverso em algumas regiões como geadas, afetaram a produção e a produtividade, que tiveram quedas de 10,8%, e 17,5% respectivamente. Apesar desses eventos, o milho tem tido fortes aumentos de preços, que resultam em acréscimos no valor da produção.
Na pecuária, o melhor resultado está sendo observado em carne bovina, que teve acréscimo de 7,5 % no VBP, e em carne de frango, acréscimo de 6,1%. Outros componentes da pecuária como suínos e leite, estão com pior desempenho.
Uma relação de produtos apresenta redução de valor da produção em relação a 2020. São estes: algodão, amendoim, banana, batata-inglesa, cacau, café, feijão, laranja, mandioca, tomate e uva. Entretanto, as reduções não são elevadas. Isso tem ocorrido principalmente devido às quedas de quantidades produzidas e de preço.
Recordes de VBP podem ser observados em arroz, soja, milho e trigo, pois obtiveram valores não observados numa série desde 1989. Chama atenção o trigo, que além do recorde de valor neste ano, a produção estimada também não havia ainda sido observada. Neste ano, a previsão é de uma safra de 8,48 milhões de toneladas. Até este ano, o maior valor foi observado em 2015-2016 quando a safra foi de 6,73 milhões de toneladas.
Com: Diário de Cuiabá