segunda-feira, 29/04/2024
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A MUDANÇA CULTURAL NECESSÁRIA

Todos os anos milhares de pessoas morrem vítimas de acidentes de trânsito no Brasil. De acordo com dados do Ministério da Saúde, os vitimados são, em sua maioria, jovens na faixa etária de 15 a 29 anos, principalmente do sexo masculino. E o que é mais assustador é que em grande parte desses acidentes, a ingestão de bebida alcóolica e o excesso de velocidade são os fatores decisivos para a sua ocorrência. É também muito expressivo o número de pessoas que sobrevivem aos acidentes de trânsito mas que se tornam total ou parcialmente incapacitadas físicas e, por isso, tem suas vidas modificadas drástica e definitivamente. Dados do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada – IPEA demonstram que o Brasil gasta anualmente cerca 30 bilhões de reais com internações hospitalares, além de despesas administrativas, judiciais e previdenciárias decorrentes de acidentes de trânsito. São recursos que poderiam ser investidos na melhoria das condições de vida da população. Nesse cenário desolador, a sociedade continua concebendo como “normal” que pessoas se desloquem a festas, bares e restaurantes, dirigindo seu próprio veículo e lá permaneçam por horas ingerindo bebida alcóolica para, ao final da noite, já depois de muita bebida, retornarem às suas casas dirigindo seus veículos, ainda que sem as condições mínimas. Isso tudo tem sido aceitável socialmente e, quando a tragédia acontece, costuma-se dizer: “…foi vítima de um acidente de trânsito!”. De acordo com o dicionário Aurélio, acidente é um “acontecimento casual, fortuito, imprevisto”. Podemos então considerar como acidente grande parte das tragédias ocorridas cotidianamente no trânsito? Com frequência, é possível verificar a preocupação de organizadores de festas e outros estabelecimentos que comercializam bebida alcóolica em relação ao estacionamento de veículos dos seus clientes e frequentadores, como, por exemplo, através da disponibilização do serviço de manobrista. Entretanto, ainda é incomum a preocupação com a oferta de alternativas de transporte seguro para a volta para casa ou o incentivo ao “motorista da rodada”. 1 Pedagoga e Mestre em Educação pela UFMT; Especialista em Gestão da Educação no Trânsito; Analista do Serviço de Trânsito e Coordenadora da Escola Pública de Trânsito do DETRAN/MT. nevesre.freitas@gmail.com Não podemos mais ser cúmplices dessa triste realidade. Encontramo-nos diante da necessidade urgente de promover a mudança cultural necessária para que possamos garantir a preservação da vida no trânsito. E para que esse processo seja desencadeado é imprescindível a mudança de atitudes de cada um de nós, pois precisamos assumir o nosso papel como partícipes do trânsito, como usuários do espaço público. Afinal, a paz no trânsito é responsabilidade de todos nós. 

 

 

 

 

 

 

 

Renata Neves T.de Barros FreitasGerente de Comunicação Detran-MT

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Parmenas Alt
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A estrada é longa e o tempo é curto. Não deixe de fazer nada que queira, mas tenha responsabilidade e maturidade para arcar com as consequências destas ações.
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