“Sou favorável à reeleição, mas é preciso que se estabeleçam regras mais claras sobre a atuação de um presidente durante a campanha”, afirmou o candidato do PSDB em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura. “Não vou tocar no assunto reeleição quando enviar ao Congresso a minha proposta de reforma política”, acrescentou o ex-governador paulista.
Para acabar com qualquer especulação sobre se seria favorável ou não à tese de reeleição, Alckmin disse que caso eleito não fará negociações políticas para aprovar a proposta de emenda constitucional de autoria de seu correligionário, deputado Jutahy Júnior (BA), líder do PSDB na Câmara. “Não. Não vou mobilizar para aprovar essa PEC”, afirmou o tucano.
Quando o PSDB definiu que iria apostar na candidatura Alckmin ao invés de no então-prefeito José Serra teria havido um acordo para que ele não apoiasse a reeleição para abrir caminho em 2010 para outros tucanos de boa plumagem, como o próprio Serra ou o governador de Minas Gerais, Aécio Neves.
Alckmin, no entanto, deixou pairar no ar uma afirmação que mostra que o acordo poderia ser, ainda que sentado na cadeira de presidente da República, cumprido. “Ser favorável à reeleição não obriga ninguém a ser candidato”, afirmou o candidato. Ele, no entanto, disse que a escolha de sucessores não pode ser pautada pelo oportunismo ou “por nomes de A, B ou C”.
O ex-governador disse ainda ser contra estender o mandato para cinco anos, proposta defendida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, acabando com reeleição no pleito majoritário. Alckmin tem uma visão diferente sobre a extensão do mandato. Ele prega que a possibilidade de reeleição é, na prática, uma espécie de recall do mandato, ou seja, o político é eleito para oito anos de administração com um teste de urnas no meio.
