quinta-feira, 16/05/2024
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Apagão no Brasil é praticamente inevitável

Se não chover de forma continuada até abril, o Brasil vai ser obrigado a conviver com cortes seletivos de energia em 2008. E, além disso, o consumidor terá que conviver, na melhor das hipóteses, com um choque tarifário.

Segundo a diretora-executiva da Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e Consumidores Livres (Abrace), Patrícia Arce, as empresas do setor estão preocupadas com a estiagem que fez com que, em janeiro, o índice de chuvas tenha atingido o nível mais baixo em 76 anos. Ela prevê que os problemas de abastecimento de energia, que o País poderia registrar em 2009, agora podem ocorrer já neste ano.

A Abrace torce para que as chuvas ocorram a partir do final de janeiro. A situação da queda do nível dos reservatórios do Sudeste e Nordeste é tão séria, que se as chuvas surgirem com índice pluviométrico normal, somente no final de março é que a situação ficaria normalizada.

Dados da Associação Nacional dos Consumidores de Energia (Anace) indicam que, com exceção do subsistema Sudeste/Centro-Oeste, os reservatórios das regiões Nordeste, Norte e Sul apresentam volume de água inferior ao do período pré-racionamento. O nível médio da maior parte dos reservatórios, em janeiro, encontra-se abaixo do patamar de janeiro de 2001, dois meses antes da decretação do racionamento de energia iniciado naquele ano. Como sinal do agravamento da situação, o preço de referência da energia no mercado livre, fixado pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), praticamente duplicou desde a semana passada. A Câmara reajustou o preço de R$ 247,01 por megawatt/hora (MWh) para R$ 475,53/MWh, maior patamar desde o recorde de junho de 2001, no racionamento.

Patrícia Arce acredita que, se ocorrerem problemas de desabastecimento de água nos reservatórios neste ano, provocados por dificuldades relacionadas às chuvas, é possível que o governo adote algum tipo de racionamento de energia.

Pode ocorrer um direcionamento do gás natural que seria utilizado por indústrias para o consumo da população. Se isso ocorrer, Arce disse esperar que a Petrobras possa vender óleo combustível às empresas que são grandes consumidoras de energia pelo mesmo preço do gás natural, que hoje é mais barato do que o óleo.

Além da falta de chuvas, a diretora-executiva da Abrace afirma que há problemas de oferta de energia no Brasil. Ela ressaltou que, de 2004 a 2007, ocorreu uma queda ao redor de quatro mil megawatts, provocada por alguns fatores, como a redução do fornecimento de mil megawatts pela Argentina, diminuição do envio de eletricidade para o País pela hidrelétrica de Itaipu devido ao aumento da demanda de energia pelo Paraguai, e queda da atividade das usinas térmicas a gás natural, provocada pela falta do produto causada em parte por problemas com a importação do gás da Bolívia

Redução de Consumo
O diretor-geral da Agên­cia Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Jerson Kelman, defendeu a deflagração de uma campanha para a redução no consumo de energia elétrica e a elaboração de um plano de contingência para um eventual racionamento. Na campanha, a população seria incentivada a gastar menos por meio de campanhas educativas (como troca de lâmpadas normais por fluorescentes). Já no racionamento, as medidas de restrição são impostas, com punição a quem as descumprir. Kelman não considera impossível a imposição de um racionamento neste ano.

Já o presidente da Associação Nacional dos Consumidores de Energia, Paulo Mayon, defende o uso racional de energia elétrica e o pagamento de bônus a consumidores que reduzirem o consumo como formas de evitar a escassez.

A entidade sugere a adoção de leilões de eficiência energética, quando os consumidores que reduzirem o consumo poderiam vender a diferença para empresas que aumentarem o uso.

Agência Unipress Internacional
Por Carlos Antônio/FU

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Parmenas Alt
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