segunda-feira, 29/04/2024
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Astrônomos descobrem planeta onde um ano tem apenas oito dias

Astro localizado fora do Sistema Solar tem metade da massa da Terra e a temperatura da superfície pode chegar a 1.482º C

Astrônomos do Instituto de Pesquisa Planetária, do Centro Aeroespacial Alemão, descobriram um exoplaneta — isto é, um planeta localizado fora do Sistema Solar —, onde um ano inteiro tem apenas oito dias de duração. Isso significa que o astro é localizado tão próximo de sua estrela-mãe (31 anos-luz) que completa uma volta inteira em torno dela leva pouco mais de uma semana. Para efeito de comparação, a Terra está a 0,00001581 ano-luz do Sol, a estrela central do nosso Sistema Solar. 

Segundo o artigo do estudo, publicado na revista científica Science, a temperatura da superfície do corpo celeste, catalogado como GJ 367 b, pode chegar a algo em torno de 1.482º C. Ele também é bombardeado com radiação 500 vezes mais forte do que a radiação do que o nosso planeta.

Outra curiosidade sobre o GJ 367 b é que ele é menor do que a maioria dos exoplanetas descobertos até agora, que tendem a ser comparáveis ao tamanho de Júpiter. O planeta é ligeiramente maior do que Marte e tem metade da massa da Terra.

A descoberta

Para descobrir o astro, os cientistas utilizaram um equipamento chamado Transiting Exoplanet Survey Satellite (TESS), da Nasa, a agência espacial norte-americana. Trata-se de um caçador de planetas baseado no espaço, que detecta planetas usando o chamado “método de trânsito”.

Funciona da seguinte forma: pesquisadores observam a luz de estrelas distantes e, quando há uma diminuição do brilho, sabem que detectaram um novo exoplaneta. A ideia por trás desse método é que o corpo celeste estaria se movendo na frente da estrela, provocando uma queda de luminosidade.

Após a descoberta a partir do TESS, o GJ 367 b foi investigado também utilizando um telescópio. O equipamento pertence ao Observatório Europeu do Sul, é baseado no solo e usa um método diferente para determinar com mais precisão o raio e massa de um planeta. Uma vez concluídos os cálculos, constatou-se que o astro é classificado como um planeta rochoso.

“Parece ter semelhanças com Mercúrio”, disse Kristine. “Isso o coloca entre os planetas terrestres de tamanho inferior à Terra e traz a pesquisa um passo à frente na busca por uma ‘segunda Terra’.”

Apesar das semelhanças com o nosso planeta, o GJ 367 b não é um planeta nem perto de habitável — pelo menos para nós, humanos. A temperatura da superfície é tão alta que quase poderia vaporizar o ferro. Pesquisadores também acreditam que o planeta pode ter perdido toda a sua camada externa, chamada de manto externo. Mas, estudar o astro pode ajudar os astrônomos a aprender mais sobre como os planetas e sistemas planetários se formam, o que pode facilitar a compreensão sobre o desenvolvimento do nosso próprio planeta e Sistema Solar.

“Já conhecemos alguns desses planetas [conhecidos como planetas de período ultracurto (USP, na sigla em inglês)], mas suas origens são atualmente desconhecidas”, afirmou a pesquisadora principal do estudo, Kristiane Lam. “Medindo as propriedades fundamentais do planeta USP, podemos ter um vislumbre da formação do sistema e da história da evolução.”

Estagiária do R7 sob supervisão de Pablo Marques

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Parmenas Alt
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