segunda-feira, 29/04/2024
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Bosaipo usava conta de assessor e negociava transações em seu gabinete

As declarações do delator da Operação Ararath, o agiota Júnior Mendonça, à Polícia Federal, revelam que o conselheiro afastado do Tribunal de Contas do Estado, Humberto Bosaipo, tinha tratamento privilegiado na “conta corrente” do Estado movimentada pelo ex-secretário de Fazenda Eder Moares.

De acordo com o delator, por várias vezes Bosaipo foi beneficiado por empréstimos feitos diretamente em transações financeiras feitas pela conta da rede de postos de combustíveis do agiota, criada no Bic Banco, para atender quem Eder indicasse em prol dos interesses do “sistema”.

À PF, o delator informou que além de pegar empréstimos, em seu nome, Bosaipo favorecia terceiros, usou conta de pelo menos um assessor e negociava com o agiota em seu próprio gabinete no TCE ou em um dos postos de combustíveis de Mendonça.

“Que o depoente entregou nas mãos de Humberto Bosaipo, a pedido de Eder Moares,ora cheques “daquele jeito “, ora em espécie. Que já entregou os recursos financeiros no gabinete de Humberto Bosaipo, sendo recebido pessoalmente por este. Bem como Humberto Bosaipo já foi até uma das unidades dos postos do depoente denominado posto Anauê”, diz trecho do inquérito.

As movimentações financeiras junto ao conselheiro e ex-deputado estadual, são apontadas em uma lista encontrada pela PF, feita e reconhecida por Júnior Mendonça. Nela, a referência H.B, que aparece cinco vezes foi identificada pelo delator como empréstimos feitos a Bosaipo, ou a pedido dele.

Conforme o depoimento de Mendonça, a lista é referente à ‘conta corrente’ do Estado, que era movimentada pelo ex-secretário de Estado Eder Moraes.

À PF, o delator confirmou que os valores de R$ 134.983 mil, R$135.200 mil, R$ 108.160 mil e R$ 412.640 mil seriam empréstimos feitos por Eder Moraes a pedido de Bosaipo, na época conselheiro do TCE.

Ainda de acordo com o delator, a maioria dos empréstimos foram repassados a Bosaipo em dinheiro, conforme apontariam as anotações “DN”, que segundo o agiotam significam dinheiro e “NP” nota promissória, muitas vezes entregues diretamente a Eder Moares.

Sobre a mesma relação de empréstimos, o agiota informou que a expressão R$ 87.176 patrocínio rally HB,s e tratava de uma quantia solicitada por Eder para atender um pedido de Bosaipo. O dinheiro teria sido repassado por Mendonça por meio de um TED, na conta de Luiz Jacarandá, apontado por Eder como responsável pelo evento.

Em seu depoimento, Mendonça também relatou que além de fazer empréstimos para si, Bosaipo já pedia que fossem repassadas quantias para atender outras pessoas. Na relação de empréstimo, a expressão R$ 31.200 mil Ulisses é indicada pelo delator como um empréstimo feito por Eder para atender um pedido de Bosaipo. De acordo com o agiota, Ulisses seria uma pessoa ligada ao conselheiro e que o mesmo foi diretamente até Mendonça buscar o dinheiro.

R$ 120 mil também teriam sido repassados pelo agiota a pedido de Bosaipo em favor de terceiros. Conforme o agiota, o próprio conselheiro teria assinado uma nota promissória, que beneficiaria Tha Real Est.

“Na oportunidade Humberto Bosaipo chamou o depoente em seu gabinete no TCE/MT, ocasião em eu pediu o valor emprestado. Tendo o depoente atendido por meio da emissão de vários cheques “daquele jeito” que sempre fazia com Eder Moares”, relata o inquérito.

O agiota também relatou que foram feitos TEDs na conta de pelo menos um assessor de Bosaipo que somaram $ 103.2 mil. A conta usada foi a de Juracy de Brito, assessor do conselheiro desde que o mesmo ocupava a cadeira de presidente da Assembleia Legislativa. Foram duas operações realizadas em julho de 2009, mas que os valores seriam beneficiar diretamente ao conselheiro, não ao assessor.

“Teria sido solicitado ao depoente no sistema de conta corrente, empréstimos tendo como real favorecido Humberto Bosaipo, devendo o depoente realizar as transferências por meio da conta de Juracy de Brito, que o depoente tomou conhecimento que Juracy de Brito seria pessoa ligada a Humberto Bosaipo. No TCE o depoente cruzou com Juracy de Brito, no gabinete de Humberto Bosaipo”.

O relatório do inquérito aponta que as ameaças veladas repassadas por Eder ao governador Silval Barbosa (PMDB) e ao ex-governador atual senador Blairo Maggi (PR), cobrando uma vaga como conselheiro do TCE-MT, seria o reflexo de tais ligações.

Veja abaixo a relação de empréstimos anotada pelo agiota, referente ao “sistema” operado por Eder Moares:

lista bosaipo.

RepórterMT

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Parmenas Alt
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