Cover Model Apresenta: Mariana Rodrigues Por Reinaldo Glioche

Mariana Rodrigues marca a reestreia do Você Naked e não poderia haver modelo mais indicada para essa fase empoderada do projeto. Aos 30 recém-completos, a maquiadora paulistana que se mira em Dita Von Teese, tem 14 tatuagens, adora burlesco, prefere cães, mas tem um gato, está descobrindo o que vai fazer com o resto de sua vida agora que se deparou com um fio de cabelo branco.

Um ensaio sensual nesse contexto é dínamo existencial. É bom para a relação dela com o namorado, dela com ela mesma, dela com seu passado e com seu futuro. Mariana Rodrigues riu bastante durante a entrevista que ilustra esse ensaio (ou seria o contrário?) e mostrou que a mulher de bem com a vida que aparece nesse ensaio não é um arremedo estético que possa ser creditado à fotógrafa – que é excelente – ou ao trabalho de pós-produção.

Mari é de verdade e se apresenta desnuda, verdadeira e plena em sensualidade inequívoca, na convicção combinada das imagens com as palavras, no Você Naked.

Como foi a experiência de fazer o ensaio sensual?
Superou minhas expectativas. Eu sempre gostei muito de tirar foto e sempre foi uma coisa muito pessoal. Eu sempre que fiz a maquiagem e tal. Todo mundo foi superpaciente comigo e isso foi maravilhoso. Me senti acolhida. Fiquei um pouco nervosa na hora de tirar a roupa.

A gente vê muitas meninas falando que precisaram tomar um negocinho para ir relaxando, se soltando… Você se surpreendeu com você mesma?
A ideia era começar com roupa e ir tirando e acabamos fazendo o contrário. Te digo que me surpreendi sim. Eu sou tímida. Não sou uma pessoa extrovertida ao ponto de chegar tirando a roupa. A equipe me deixou superconfortável.

Na sua ficha de inscrição você diz gostar do burlesco, do pin-up… esse tema foi quase auto imposto ao ensaio não?
Eu sabia o que eu queria. Às vezes as meninas não sabem o que querem. É um estilo maravilhoso. Anos 50 e tudo o mais e conversando com a Lu (a fotógrafa responsável pelo ensaio) descobri que ela também estava na pegada para fazer um ensaio com esse tema. Ela falou que sempre quis fazer um ensaio como esse.

E qual foi a sua grande referência feminina para esse ensaio?
A Dita Von Teese. Sempre amei aquela mulher, as fases dela. Ela engordou, emagreceu, se reinventou diversas vezes. Nesse ensaio eu consegui me sentir a Dita.

Um elemento marcante nesse ensaio, e que você já disse na sua ficha de inscrição gostar, são as tatuagens. Quantas tatuagens você tem?
Sabe que eu não sei ao certo (risos). Da última vez que eu contei eram 14 tatuagens. Isso. São 14 tatuagens. Desde os 19 anos, quando fiz minha primeira eu fui curtindo cada vez mais. É mais um estilo de vida. É como a música que você curte. Sempre gostei de um determinado tipo de som. Depois nunca mais parei. As minhas tatuagens têm uma pegada mais old school, uma pegada retrô. Tanto que se você for ver fotos de marinheiros dos anos 50 vai encontrar muitas tatuagens semelhantes às minhas. É tudo uma referência. Por exemplo, eu tenho uma tatuagem que é um batom e eu sou maquiadora. 

Você comentou na sua ficha de inscrição que chegar aos 30 anos não é fácil para uma mulher. Como foi essa experiência para você e como esse ensaio se comunica com tudo isso?
Quando chegaram os 30 eu já tinha me acostumado com a ideia. Depois que eu fiz aniversário vi que nada mudou. Porque a vida é essa. Contínua. Acho que o pior é quando alguém vem com aquele papo, mas “você não aparenta a idade que tem”. Pode até ser, mas eu tenho essa idade.
O ensaio foi um divisor de águas na minha vida. Foi bem nos meus 30 anos. O engraçado é que esses dias eu descobri um cabelo branco e pensei comigo mesma: ‘agora eu vou ser obrigada a pintar o cabelo’. (risos). Eu pinto porque eu gosto, mas chegou um momento em que isso vai fazer parte da minha realidade. Então esse ensaio me deu uma autoestima tão grande. Me ajudou a me mostrar que estou super bem comigo mesma. O ensaio despertou uma confiança incrível assim em mim.

Foi libertador em que sentido?
Aquelas coisas de mulher. De não ter o corpo que eu quero. O ensaio mostrou que eu posso fazer muitas coisas nos meus 30 anos.

Sim, acho que quando começou o ano você não imaginava que ia estrelar um ensaio sensual não? Então certamente os 30 anos trazem muitas possibilidades.
Nunca imaginei que faria um ensaio sensual na minha vida.

O que você almeja para a atual fase da sua vida?
Eu quero estabilidade. Quero tranquilidade financeira, familiar e profissional. Acho que quando você vai ficando velho, você vai perdendo o gás para conquistar novas coisas.

A Lu me contou que você queria levar sua mãe para o ensaio
Minha mãe é minha melhor amiga. Divido tudo com ela. Ela sempre está comigo de alguma maneira. Não deu para ela ir porque ela faz faculdade e tinha que ir naquele dia. 

A reação da mãe ao ensaio foi a melhor possível, mas e a das outras pessoas?
Eu não contei para o meu namorado quando me inscrevi. Pensei: ‘se rolar eu falo pra ele’. Como rolou, contei e ele foi super receptivo. Ele me apoiou bastante e agora tá louco para ver as fotos. Ele fala para todos os nossos amigos e diz que eu vou ficar famosa (risos). 

O que você faz quando quer se sentir sensual?
Não é todo dia que estamos com essa disposição. Mas tem os dias que você quer se sentir um mulherão. Acho que uma combinação certeira é uma boa lingerie, um bom perfurme, daqueles que deixa lastro por horas, um batom vermelho, uma boa maquiagem…
Outro detalhe é ter uma boa autoestima. Impossível se sentir sensual se não se tem uma boa autoestima.

E no tempo livre, o que você gosta de fazer?
Gosto de tomar cerveja com os amigos e namorado. Ver filme, ir ao cinema, aquelas maratonas de séries que levam o fim de semana inteiro. Mas principalmente reunir os amigos para fazer qualquer coisa. 

Qual foi o último filme bom que você assistiu?
Foi “Hush- A Morte te ouve”. Vi na Netflix. Ai, adoro serial Killer. Um assassino entra na casa dessa escritora que é surda-muda e tem muita tensão porque ela não consegue ouvi-lo.

E a última série que você maratonou?
“La Casa de Papel”.

Você e todo mundo.
(risos). Pois é, ainda não terminei. 

O que você está achando desse momento que o Brasil está vivendo?
Sempre gostei muito de política e história, inclusive tenho como objetivo fazer faculdade de história. A cada notícia que chega a gente tem a sensação de que a democracia morre mais um pouco. Alguns políticos servem mais como bode expiatório do que outros. A Justiça não funciona igual para todos. Tem pessoas que cometeram crimes graves e nós, como brasileiros, temos que cobrar. Não é porque um foi preso que tem que parar. 

E como você enxerga o voto nesse momento tão conturbado?
Olha, eu sempre achei que o voto tinha que ser facultativo. As pessoas muitas vezes votam porque são obrigada a votar.Dessa maneira, só as pessoas que realmente tem senso crítico votariam e poderíamos ter opções melhores. De toda forma, eu sempre gostei de votar.

Jogo Rápido

Trump: Um boçal

McDonald´s: Já gostei mais

Tirar a roupa: uma libertação

Bolsonaro: Só lamento por ter essa pessoa nos jornais

Um sonho: ser feliz e fazer as pessoas que estão a minha volta felizes

Um homem bonito: Johnny Depp

Uma mulher bonita: Ditta Von Tese

Copa 2018: Não tô colocando muita expectativa no Brasil, mas…

Sábado à noite: Cerveja e amigos

Entre quatro paredes: Vale tudo com respeito

Churrasco ou japonês: pode ser os dois?

Como me vejo daqui a 20 anos: Espírito jovem , mas quero ter muitas experiências para passar para os meus filhos

Cães ou gatos? Tenho um gato, mas prefiro cachorro

Bebida: Cerveja

Você Naked: A realização de um sonho

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Beatriz Lopes}

_Créditos:

_{Direção geral: André Jalonetsky 
Produção: Reinaldo Glioche 
Fotografia:  Lu Costta 
Vídeo e Pós-Produção:  Cezar Lazzuri Films
Cabelo e Maquiagem:  Heila Costa 
Produção de Moda:  Lia Miranda 
Figurinista:   Wagner Franco}