terça-feira, 14/05/2024
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Custo para o Brasil recuperar acidentados chega a R$ 71 bilhões ano

O custo para o Brasil recuperar acidentados chega a R$ 71 bilhões a cada ano. Esta é a informação apresentada pelo juiz Paulo Brescovici, convidado para participar da mesa redonda do 2º Protege – Seminário de Saúde e Segurança do Trabalho, promovido pelo Serviço Social da Indústria (Sesi-MT), instituição do Sistema Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso (Sistema Fiemt), que reuniu mais de 450 pessoas no SesiPark.

O debate teve como tema a ‘Gestão em Segurança e Saúde no Trabalho’ e também contou com a participação do auditor da Superintendência Regional de Trabalho e Emprego (SRTE), Amarildo Borges e o doutor em saúde pública na área do trabalhador, Luiz Henrique Leão, que fizeram a exposição individual e logo após seguiram para a discussão sobre o tema, com perguntas dos participantes.

Primeiro a falar, o juiz Paulo Brescovici, que é coordenador do Grupo de Trabalho Interinstitucional (Getrin), presidido pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT-MT), tratou dos altos custos das indenizações pagas pelas empresas e pela sociedade, decorrentes dos acidentes de trabalho. Somente em 2011, informa ele, foram 711 mil acidentes e 2.800 mortes no Brasil. Em Mato Grosso, Rondonópolis liderou o ranking de acidentes neste mesmo ano.

“O custo da falta de prevenção é alto e o ideal é que não seja gasto nada com indenizações. Os empresários têm incentivos fiscais para investir nisso, que fica mais barato que pagar indenização, contratar outro funcionário, sem falar que a recuperação do trabalhador nunca é integral. Também destaco a responsabilidade do trabalhador, pois muitos se recusam a utilizar EPI (equipamento de proteção individual) e isso dá até justa causa. Creio que a informação, a conscientização e o investimento podem mudar esta realidade, e a iniciativa do Sesi contribui muito para isso”.

Envolvimento de lideranças e saúde mental

O auditor da SRTE ressalta que o EPI representa somente 3% da segurança do trabalhador. Para ele é importante saber de quem é, primordialmente, a responsabilidade da gestão. “É preciso o envolvimento das lideranças na gestão em Saúde e Segurança no Trabalho (SST). Na maioria das empresas este setor fica isolado, sem link direto com as organizações que, em geral, veem a SST como custo e não benefício. É preciso haver uma mudança desta cultura, que influencie de cima para baixo, para que as ações não sejam tomadas somente quando a fiscalização aparece ou quando há uma ação judicial”. Ainda de acordo com ele, levar esta discussão para o seminário é muito importante, pois tudo começa com debate e depois os resultados aparecem. “Trazer pess oas de várias áreas para uma mesa redonda permite ainda a exposição de diferentes pontos de vista. A partir daqui o funcionário leva a informação que passa a ser sistematizada na empresa”.

O doutor em saúde pública tratou do tema sob o ponto de vista do campo da saúde do trabalhador, que é eminentemente intersetorial. “Deve ser mais ampla a perspectiva de atuar com outros setores como a Previdência, o Ministério da Saúde e do Trabalho e Emprego. A responsabilidade, segundo ele, parte desses três órgãos e depois é do empregador. Além disso, ele deixou um desafio para a gestão em SST. “A saúde mental, que afeta a todos, precisa ser valorizada. Tanto quem sofre o acidente como quem não sofre, fica abalado. Esses eventos têm repercussão mental e a gestão é a grande responsável pela saúde mental do trabalhador, que é a terceira maior causa de afastamentos”, finaliza.

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Parmenas Alt
Parmenas Alt
A estrada é longa e o tempo é curto. Não deixe de fazer nada que queira, mas tenha responsabilidade e maturidade para arcar com as consequências destas ações.
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