terça-feira, 14/05/2024
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Deputado Mauro Savi teria usado cheques de suposto esquema na compra de gado

O deputado estadual Mauro Savi (PR) e seu cunhado, Valdir Daroit, teriam usado cheques oriundos do suposto desvio de R$ 9,4 milh&otildees da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, em 2014, para pagar compras de gado.

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A informa&ccedil&atildeo est&aacute contida nos depoimentos de cinco produtores rurais que atuam na regi&atildeo sul e sudeste do Pa&iacutes, que foram ouvidos nas investiga&ccedil&otildees da Opera&ccedil&atildeo Ventr&iacuteloquo, que apura o esquema.

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Em raz&atildeo do foro privilegiado, Savi &eacute investigado no Tribunal de Justi&ccedila de Mato Grosso pela alegada participa&ccedil&atildeo nas tratativas. Conforme a den&uacutencia, o suposto desvio foi realizado atrav&eacutes do pagamento de uma d&iacutevida do Legislativo estadual com o antigo Seguro Sa&uacutede Bamerindus. Do valor total pago, segundo o Gaeco, 45% voltou para os membros do suposto esquema.

Os depoimentos dos produtores foram prestados no Minist&eacuterio P&uacuteblico dos Estados de Minas Gerais, S&atildeo Paulo, Paran&aacute e Rio de Janeiro. Eles foram intimados a depor em raz&atildeo de os cheques recebidos terem sido rastreados pelo Gaeco (Grupo de Atua&ccedil&atildeo Especial Contra o Crime Organizado).

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Em todos os casos, de acordo com os depoimentos, ap&oacutes venderem cabe&ccedilas de gado a Savi e Valdir, os produtores receberam cheques emitidos pelo ex-advogado do HSBC, Joaquim Mielli, delator da primeira fase da opera&ccedil&atildeo e respons&aacutevel por &quotlavar&quot o dinheiro do desvio por meio de dep&oacutesitos e emiss&otildees de cheques indicados pelo grupo.

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Depoimentos

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Um dos depoimentos foi prestado pelo empres&aacuterio Jos&eacute Humberto de S&aacute, em S&atildeo Jos&eacute do Rio Preto (SP), no dia 16 de junho deste ano.

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Jos&eacute Humberto afirmou que nunca chegou a conversar com Savi, mas que o conhecia de vista, por frequentar leil&otildees de gado, em que viu o deputado por algumas vezes.

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De acordo com o empres&aacuterio, no final de maio de 2013, em um leil&atildeo realizado na Fazenda Rima Agropecu&aacuteria, na cidade de Entre Rios (MG), ele vendeu uma novilha a Valdir, que estava ao lado de Savi.

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Acreditando o declarante que ambos eram s&oacutecios na compra desse animal, tanto assim que da nota promiss&oacuteria referente &agrave compra da r&ecircs, consta como adquirente &lsquoValdir Daroit e Outro Condom&iacutenio&rsquo, diz trecho do depoimento.

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Segundo Jose Humberto, a novilha foi vendida em 24 parcelas de R$ 11,4 mil, em um total de R$ 273,6 mil.

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Ocorre que v&aacuterias das parcelas foram pagas com atraso e duas dessas parcelas foram pagas mediante a compensa&ccedil&atildeo de um cheque de R$ 22,8 mil, de emiss&atildeo de Joaquim F&aacutebio Mielli Camargo. Sendo tal cheque depositado pelo pr&oacuteprio comprador, n&atildeo tendo o declarante tido contato com essa c&aacutertula, declarou o empres&aacuterio.

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Nelore Puro

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No dia 1&ordm de setembro deste ano, o produtor rural Reinaldo Jos&eacute Caravellas tamb&eacutem prestou depoimento no Rio de Janeiro (RJ) e afirmou que nunca teve contato com o deputado Mauro Savi, mas que o conhece como um criador de gado Nelore.

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O produtor tamb&eacutem esclareceu que recebeu um cheque de R$ 31 mil, investigado na Opera&ccedil&atildeo Ventr&iacuteloquo, como pagamento de duas parcelas da venda de 50% de uma vaca de sua propriedade.

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Tal aquisi&ccedil&atildeo foi feita por Valdir Daroit em condom&iacutenio com outras pessoas, de acordo com a nota de leil&atildeo, cujo c&oacutepia que ora apresenta para ser juntada aos autos que o valor da venda foi de R$ 372 mil, parcelados em 22 vezes. Sendo que as duas primeiras parcelas eram no valor de R$ 31 mil e as demais no valor de R$ 15,5 mil cada, afirmou o produtor.

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Reinaldo Caravellas ainda disse que n&atildeo conhece Joaquim Mielli, nem mesmo Valdir.

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Pois a venda foi feita no leil&atildeo Per&oacutelas do Nelore, sendo leiloeira o Programa Leil&otildees, que &eacute transmitido pelo canal Rural de TV. Que nem o comprador e nem o vendedor tem contato pessoal, disse ao MPE.

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Vinculo comercial

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No munic&iacutepio de Paranagu&aacute (PR), o produtor Roberto Bavaresco prestou depoimento no dia 28 de junho deste ano e confirmou ter vinculo comercial com Mauro Savi, ao comprar do parlamentar um embri&atildeo e um animal em leil&atildeo.

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O produtor tamb&eacutem esclareceu que o cheque de R$ 20 mil depositado por Joaquim Mielli, no dia 18 de mar&ccedilo de 2014, foi referente a uma quita&ccedil&atildeo de algumas parcelas da venda de uma bezerra Nelore, ap&oacutes um leil&atildeo.

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Indagado se formalizou algum documento dessa opera&ccedil&atildeo, respondeu que sim, atrav&eacutes de uma nota de leil&atildeo e contrato de compra e venda rural com reserva de dom&iacutenio Bovino de Elite &ndash Nelore PO, diz trecho do depoimento.

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Ainda ao MPE, Roberto Bavaresco declarou que o contrato de venda da bezerra foi firmado com Valdir e Savi.

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Al&eacutem de Jos&eacute Humberto, Reinaldo Caravellas e Roberto Bavaresco, tamb&eacutem prestaram depoimento outros produtores que fizeram negocia&ccedil&otildees com o cunhado de Mauro Savi, Valdir Daroit, e receberam cheques investigados na opera&ccedil&atildeo: Adir do Carmo Leonel, que recebeu R$ 150 mil, pela venda de gado e o advogado e produtor agropecu&aacuterio Jos&eacute Murilo Proc&oacutepio de Carvalho, que recebeu um cheque de R$ 29 mil, como pagamento da venda de uma vaca Nelore, por R$ 582 mil.

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A opera&ccedil&atildeo

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Segundo a investiga&ccedil&atildeo do Gaeco, a Assembleia Legislativa contratou um seguro junto ao antigo Bamerindus Companhia de Seguros na d&eacutecada de 90 (hoje HSBC, que o incorporou), por&eacutem, n&atildeo quitou os valores devidos, o que levou &agrave Seguradora ingressar com a a&ccedil&atildeo de execu&ccedil&atildeo no ano de 1997.

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Passados quinze anos, em meados de 2012, com a a&ccedil&atildeo judicial ainda em andamento (como est&aacute at&eacute o momento), o advogado J&uacutelio C&eacutesar Domingues Rodrigues, atendendo aos ditames dos demais integrantes do suposto bando criminoso, procurou Joaquim Fabio Mielli Camargo se dizendo intermedi&aacuterio da ALMT e se colocando &agrave disposi&ccedil&atildeo para negociar referidos valores aduzindo, em seguida, j&aacute no ano de 2013, que o Procurador-Geral daquele &oacuterg&atildeo daria parecer favor&aacutevel, ocasi&atildeo em que fora protocolado requerimento administrativo de pagamento do d&eacutebito junto &agrave ALMT e que deu origem ao Processo Administrativo n&ordm 45/2013.

Segundo os promotores do Gaeco, entre os meses de fevereiro &agrave abril de 2014, os denunciados subtra&iacuteram cerca de R$ 9,5 milh&otildees em proveito pr&oacuteprio e alheio valendo-se da condi&ccedil&atildeo de funcion&aacuterios p&uacuteblicos de alguns de seus membros.

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Os fatos s&atildeo aterradores e vieram a lume por interm&eacutedio de declara&ccedil&otildees prestadas pelo arrependido Joaquim F&aacutebio Mielli Camargo a este Grupo, o qual, devidamente acompanhado e assistido por seu advogado, de forma l&uacutecida, clara e espont&acircnea, desvelou fatos criminosos aos quais se viu enredado pelo ex-presidente daquela Casa de Leis, o ent&atildeo Procurador-Geral e Secret&aacuterio-Geral daquela mesma institui&ccedil&atildeo, bem como outros agentes, alguns ainda desconhecidos, outros portadores de foro por prerrogativa de fun&ccedil&atildeo, os quais urdiram sofisticada forma de surrupiar dinheiro que n&atildeo lhes pertencia, mas sim ao povo mato-grossense, diz trecho da den&uacutencia.

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De acordo com a dela&ccedil&atildeo de Joaquim Mielli, em reuni&atildeo realizada na Assembleia, j&aacute em janeiro de 2014, o ent&atildeo deputado Jos&eacute Geraldo Riva, mesmo afastado judicialmente da Presid&ecircncia do Parlamento Estadual, na companhia do &agrave &eacutepoca secret&aacuterio-geral Luiz Pommot, &quotdemonstrando ter total dom&iacutenio do fato, atestou que a ALMT pagaria a Joaquin Mielli a totalidade da d&iacutevida com acr&eacutescimos (mais de R$ 9milh&otildees), conforme c&aacutelculo apresentado por este &uacuteltimo, por&eacutem, metade do valor teria que ser encaminhada para contas banc&aacuterias por ele indicadas&quot.

Na den&uacutencia, os promotores explicam que depois de tudo acertado, o valor foi efetivamente depositado em tr&ecircs oportunidades distintas (nos meses de fevereiro, mar&ccedilo e abril de 2014) na conta de Joaquim Fabio Mielli Camargo que, incontinenti, devolveu 50 % do valor (aproximadamente 4,5 milh&otildees) para atender os interesses criminosos de Jos&eacute Geraldo Riva e seus comparsas, pulverizando os valores em diversas contas de pessoas f&iacutesicas e jur&iacutedicas, &39lavando&39, assim, os capitais il&iacutecitos.

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Outro lado

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A reda&ccedil&atildeo tentou entrar em contato com o deputado Mauro Savi, por in&uacutemeras vezes, mas as liga&ccedil&otildees ca&iacuteram na caixa de mensagens. A assessoria do deputado informou que iria tentar uma posi&ccedil&atildeo do parlamentar mas, at&eacute a edi&ccedil&atildeo desta mat&eacuteria, n&atildeo houve resposta.

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Com:MidiaNews

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Parmenas Alt
Parmenas Alt
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