quarta-feira, 15/05/2024
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Irã rejeita proposta de Lula de conceder asilo para condenada à morte

O governo do Irã rejeitou nesta terça-feira a proposta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de conceder asilo à iraniana Sakineh Mohamadi Ashtiani, condenada à morte no país dos aiatolás por adultério. Para Teerã, Lula se deixou levar pela emoção e agiu sem conhecimento de causa ao propor asilo a Sakineh, cuja punição será o apedrejamento em praça pública.

O anúncio foi feito pelo Ministério das Relações Exteriores do Irã. “Lula tem um temperamento muito humano e emotivo e provavelmente não recebeu informações suficientes sobre este caso”, declarou o porta-voz do ministério, Ramin Mehmanparast. “O que podemos fazer é informar a ele os detalhes do caso desta pessoa que cometeu um crime para que compreenda o assunto”, acrescentou.

No sábado, Lula propôs que o Brasil recebesse Sakineh, de 43 anos e mãe de dois filhos, condenada em 2006 por ter mantido “uma relação ilegal” com dois homens depois da morte de seu marido. “Se minha amizade com o presidente do Irã e o respeito que tenho por ele vale alguma coisa, se esta mulher está causando desconforto, então vamos recebê-la aqui de bom grado”, disse Lula no domingo, em Curitiba.

Na segunda-feira, o governo americano havia pedido ao Irã que aceitasse a proposta de Lula. A condenação de Sakineh causou grande repercussão na comunidade internacional, chegando a ser temporariamente suspensa por Teerã.

Diplomacia – Antes da oferta feita pelo governo brasileiro, o Irã rejeitara todos os apelos por clemência de grupos defensores dos direitos humanos. Entre as negativas, no entanto, o presidente Mahmoud Ahmadinejad havia sinalizado que ouviria apenas a opinião de seu aliado sul-americano. Pouco após as declarações feitas por Lula, autoridades iranianas informaram Sajad, filho de Sakineh, que o caso de sua mãe seria resolvido ainda nesta semana.

Ao comentar o caso de Ashtiani na última quarta-feira, durante uma coletiva em Brasília, Lula afirmou que “um presidente da República não pode ficar na internet atendendo a todos os pedidos que alguém pede”. O presidente, no entanto, afirmou ter tentado interceder em outros casos de pessoas presas no Irã, entre eles, o da professora francesa Clotilde Reiss, libertada em maio. “Agora, é preciso tomar muito cuidado, porque as pessoas têm leis. Se começarem a desobedecer as leis deles para atender ao pedido do presidente, daqui a pouco há uma avacalhação”, disse Lula.

veja(Com agência France-Presse)

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Parmenas Alt
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