Foi a segunda de uma série de entrevistas com os presidenciáveis organizada pelo Grupo Estado com apoio do iG. A primeira entrevista foi com o candidato Geraldo Alckmin (PSDB), na quarta-feira.
Para Cristovam Buarque, o afastamento entre o candidato e a sigla pode ser observado na campanha e será acentuado em eventual segundo mandato pelo possível encolhimento da legenda no congresso: “o PT vai encolher e o presidente vai cair nos braços dos outros partidos. Vai ser o governo de um outro partido, provavelmente do PMDB”.
Diversas vezes, Cristovam Buarque brincou sobre situação nas pesquisas de intenção de votos, onde aparece com poucas chances de vitória. Mas disse que não desanima da campanha: “Eu não desanimo porque tenho uma causa. Alguma coisa vai ficar. Nem que seja as pessoas lembrarem que havia um obsessivo pela educação”.
Cristovam Buarque disse ainda que já mostrou que sabe administrar e que é preciso também saber liderar. Segundo ele, o momento é bom para o País dar um salto. “O Brasil precisa de alguém para arrumar um pouquinho a casa”, disse. Afirmou que irá reduzir a carga fiscal e aliar estabilidade e desenvolvimento, sem no entanto detalhar o assunto: “quem disser que sabe o que vai fazer na economia daqui a seis meses, não sabe de economia”.
Comentou também a trajetória do PT até chegar no poder. Para ele, o partido se acomodou diante da corrupção de alguns deles e diante da realidade. E defendeu antigos partidários: “a maioria não sabia [da corrupção], são pessoas honestas”. Acredita que Lula sabia da corrupção no PT, embora não tenha como provar.
Sobre a questão da segurança, afirmou que “está na hora de convocar o Brasil para resolver o problema da segurança”. Para ele, “estadista não pode pensar só na segurança. Tem que pensar na paz. Segurança é cadeia, paz é educação”.
