quarta-feira, 15/05/2024
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Obesidade e sedentarismo é um dos principais fatores de risco para ARTROSE

A artrose ou osteoartrite nada mais é do que o desgaste da cartilagem que existe nas articulações (tecido que reveste as extremidades dos ossos) e esta ligada a varias condições do nosso organismo. O desgaste pode acontecer em qualquer articulação. No entanto, o mais frequente é na coluna, joelhos e quadris, casos em que o excesso de peso e a inatividade física torna-se um fator perigoso, pois as articulações são sobrecarregadas e começam de forma gradativa a se desgastar.

Quase metades dos adultos com artrose diagnosticada relatam não fazer nenhuma atividade física. “Assim, para muitos pacientes desinformados, o que começa como um movimento doloroso pode terminar numa vida sedentária, que pode fazer com que o paciente evolua gradualmente de um peso normal para a obesidade. Neste processo, cada quilo ganho representa mais pressão nos joelhos e nos quadris, criando um ciclo vicioso de dor, sedentarismo e ganho de peso. Chamamos esse processo de comorbidade. Comorbidades são doenças que trabalham juntas para piorar a condição do paciente. Neste caso, a osteoartrite e a obesidade são conhecidas por serem doenças comórbidas”, afirma o ortopedista Luiz Fernando Amorim. 

O excesso de peso corporal impacta diretamente as articulações, especialmente a dos joelhos. “Apenas 10 quilos a mais de peso corporal coloca o dobro de peso sobre cada joelho durante uma caminhada”.

O estresse resultante de tal carga de peso faz com que a cartilagem, que amortece as articulações, comece a se deteriorar. É por isso que a osteoartrite de joelho é de quatro a cinco vezes mais comuns em pessoas com excesso de peso do que em pessoas com peso corporal normal”, afirma o ortopedista.

Ressalta, Luiz Fernando Amorim, que a artrose é uma das doenças bastante dolorosa e causa um forte desconforto.A dor pode deixar as pessoas irritadas e com varias limitações da vida diária por não conseguirem movimentar-se como antes. Essa dor se agrava no momento de realizar esforço, como subir e descer escadas, caminhadas de longa distância, ou mesmo em tarefas rotineiras, como limpar a casa, ou permanecer em pé para lavar a louça ou cozinhar

Em fase mais avançada, pode ocorrer inchaço da articulação, rigidez articular e como consequência, dificuldade para andar.

No início, tratam-se os sintomas, à base de analgésicos, anti-inflamatórios, condro-protetores (medicação específica para proteção da cartilagem), fisioterapia e hidroterapia. Já em estágios avançados, na maioria das vezes, o tratamento é cirúrgico, apresentando atualmente excelentes resultados e uma melhora satisfatória da qualidade de vida do paciente.

Mas o estado crítico de saúde dos pacientes obesos pode levar a complicações médicas durante a cirurgia. “A cirurgia pode levar mais tempo, ser mais difícil e, provavelmente, levar a um maior nível de infecções, hemorragias e tromboembolismo. E mesmo com uma cirurgia bem sucedida, alguns indivíduos nunca alcançarão a melhora completa, que é experimentada por pacientes com peso normal”, alerta o ortopedista.

Não importa como o ciclo começa, obesidade e osteoartrite devem ser tratadas em conjunto. A atividade física é a chave para a redução do risco de desenvolvimento de ambas, bem como inúmeras outras doenças relacionadas, tais como diabetes, doença cardíaca, hipertensão e acidente vascular cerebral.

“A mudança começa com as escolhas individuais, feitas com base em benefícios percebidos. Portanto, é vital educar e convencer os pacientes que estão em maior risco que os desafios são superáveis, que os benefícios são atingíveis e que o esforço vale a pena. Uma pessoa de estatura média pode diminuir seu risco de osteoartrite do joelho pela metade para cada 11 quilos de peso que ela perde. Este é o exemplo perfeito de como os pacientes, munidos de informação, podem prevenir doenças e comorbidades, evitando a necessidade de intervenções médicas radicais”, observa Luiz Fernando.

 

                 

Dr. Luiz Fernando Guimarães Amorim

Médico ortopedista e traumatologista – Sub-especialista na área de quadril, joelho e medicina do esporte. CRMMT 6292

Membro titular da sociedade brasileira de ortopedia e traumatologia.

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Parmenas Alt
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