quarta-feira, 15/05/2024
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Orgasmo – a obrigação de chegar lá!

A liberdade sexual trouxe o conhecimento do próprio corpo e, conseqüentemente, permitiu que as mulheres buscassem o tão falado orgasmo. Ao mesmo tempo, elas passaram a exigir delas mesmas uma performance perfeita na cama.

E essa cobrança se reflete no mercado.

Basta observar. De alguns anos para cá surgiram vários livros, manuais, filmes e documentários que explicam como conseguir um melhor desempenho a dois. E na ansiedade de conseguir ainda mais prazer durante o sexo, ou até orgasmos múltiplos, muitas mulheres acabam se atrapalhando, achando que somente o resultado (orgasmo) realmente importa, sem relaxar e aproveitar toda a relação sexual.

“O orgasmo é um caminho natural de uma relação sexual. São as próprias pessoas que por cobranças, medo ou proibições, atrapalham este intercurso. A repressão sexual feminina ainda é muito presente e atrapalha muito mais do se imagina”, aponta o terapeuta sexual João Borzino.

Na opinião de Andreia Berté, consultora em artes sensuais do Joanah Pink Centro Integrado da Mulher, as mulheres passaram a acreditar que são as únicas responsáveis pelo sucesso e felicidade do relacionamento, incluindo o sexo também. “E para alcançar isso precisam desdobrar-se de forma perfeita na realização dos seus vários papéis no seu lar como o de esposa, mãe, companheira, dona-de-casa e, claro, de amantes dos seus maridos. Buscam desesperadamente esse tão sonhado “desempenho exemplar” na cama, muitas vezes visando exclusivamente encantar o seu homem e não o prazer e satisfação do casal”, opina.

Para Borzino, a mulher de hoje busca além do desempenho, a forma física perfeita para conseguir satisfazer o parceiro. “O que mais me espanta é que mesmo com toda emancipação feminina, elas ainda não sabem valorizar seu próprio prazer”. Na maior parte das vezes, segundo Berté, a obsessão está na busca pelo orgasmo e prazer dos parceiros.

“O dia que as mulheres passarem a fazer cursos de criatividade erótica, comprarem produtos sensuais, investirem em lingeries a fim de alcançarem o auto-prazer, certamente viverão uma sexualidade mais feliz”, completa. A consultora lembra nem sempre o orgasmo é sinal de uma boa transa. “É preciso antes de mais nada conquistar intimidade, mesmo porque alcançar o orgasmo não é algo tão simples assim. Há uma série de fatores físicos, mentais, emocionais e psicológicos que interferem na libido e automaticamente no desencadear do prazer e do orgasmo”, destaca.

Durante as aulas, Andreia percebe cada vez mais mulheres de todas as idades queixando-se de falta de desejo e a dificuldade de atingir o orgasmo. De acordo com Berté, fatores como stress, depressão, ansiedade, má alimentação, sedentarismo e flacidez da musculatura vaginal interferem na libido e no prazer.

Lembrando que do lado contrário, a pressão é ainda maior. “A própria sociedade os educa assim, conseqüência passam a ter medo de falhar, desagradar e serem rejeitados. Aí que entra o Viagra”, ressalta o terapeuta sexual. E muitas vezes eles também usam o orgasmo feminino como medida do seu sucesso.

“Não deixa de ser também uma forma de autoavaliação, mas muitos realmente se importam com suas parceiras e preocupam-se em proporcionar-lhes prazer verdadeiro”, diz a consultora. Prazer este com orgasmo ou não.

Por Juliana Lopes

Assuntos relacionados: sexo, orgasmo, prazer, sexualidade, relação sexual, orgasmocraia, busca orgasmo, busca prazer

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Parmenas Alt
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