quarta-feira, 15/05/2024
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Pesquisador apresenta soluções para redução das emissões de gases metano na pecuária

Pesquisador da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), José Orlando Tavares, palestrante da mesa redonda realizada na Assembleia Legislativa para discutir a redução das emissões de gases metano na pecuária, apresentou proposta de diminuição no tempo de pastagem do animal.

De acordo com o pesquisador, estudos comprovam que a quantidade de gases despejados na atmosfera com a emissão de metano pelo arroto ou flatulência do gado, contribui para as mudanças climáticas no mundo em função da pecuária brasileira responder por cerca de 20% das emissões totais de gases do país.

A solução seria a redução no tempo de pastagem do animal. “É um gás natural, que não produz artificialmente, por isso seria interessante diminuir a permanência na pastagem. Outra estratégia interessante seria a certificação da carne com estas diminuições, remunerando os produtores”, argumentou.

José Orlando apresentou números significativos das emissões dos gases metano na pecuária. “Um animal produz por ano, o equivalente ao motor de uma carreta funcionando por 10 horas. Como em Mato Grosso, existem 30 milhões de gado, e cada um produz 150 gramas por dia, um animal contabiliza 56 quilos anualmente de gás metano, o equivalente a uma carreta se deslocando de Cuiabá à Goiânia”, explicou.

Para o presidente da Assembleia Legislativa, José Riva (PSD), que presidiu a reunião requerida pelo deputado estadual Dilmar Dal Bosco (DEM), é necessário entender melhor sobre o meio ambiente e iniciar este trabalho na escola. “Campanhas de conscientização desde o maternal devem ser promovidas, inserir o meio ambiente na educação, pois muita gente não tem conhecimento sobre o gás metano. O debate deve ser investido, a disciplina de direito ambiental deve ser implantada para ensinar boas práticas. O Governo do Estado também precisa abraçar esta causa”, argumentou.

Riva ainda lembrou que o debate é fundamental para o desenvolvimento sustentável. “Mato Grosso precisa estar inserido nestas discussões, pois com a implementação de políticas públicas, podemos reduzir as emissões de gases metanos por meio da pecuária. São medidas importantes para a preservação do meio ambiente, mas que precisam ser amplamente estudadas”, sustentou o presidente da Casa de Leis.

ENTIDADES – Para o superintendente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Luciano Vacari, o assunto deve ser tratado com maior embasamento técnico. “É injusto dizer que o boi é o grande responsável pelo aquecimento global, pois todos nós somos culpados. Precisamos analisar a questão, com melhor embasamento, sem caracterizar produtores ou ambientalistas”, avaliou.

Vacari revelou que a Acrimat contratou no ano passado, um especialista para realizar um estudo sobre o assunto, pois a entidade acredita que os dados do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), são controversos. “Discussões como esta são interessantes, pois podemos ressaltar nosso pensamento de que é preciso ter um maior embasamento técnico. Estamos fazendo um trabalho, coletando amostra em 24 fazendas de todo o Estado, em todos os biomas, para ter uma fundamentação. Vamos apresentar os dados para o Governo do Estado e Poder Legislativo, assim que for concluído”.

Representante da Federação da Agricultura e Pecuária do Mato Grosso (Famato) no evento, o diretor-executivo da entidade, Seneri Paludo, lembrou que é necessário contextualizar e depois analisar se esta emissão na pecuária é nociva ou não. “Estamos discutindo para melhorar as técnicas agropecuárias, quando somos chamados para discutir ações, queremos participar. Após contextualizar, é necessário fazer o levantamento do inventário, se ficar constatado, devemos avaliar o que deve ser feito para resolver o problema das emissões”, sustentou.
REGULAMENTAÇÃO – O projeto de lei n° 750/2001, apresentado pelas lideranças partidárias, propõe que o poder público adote políticas públicas objetivando a redução de emissões de gases metano pela pecuária e constitui estratégias de redução a serem implementadas.

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Parmenas Alt
Parmenas Alt
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