quarta-feira, 15/05/2024
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PF analisa documentos apreendidos; depoimentos recomeçam hoje

Três equipes de agentes da Polícia Federal em Brasília já começaram a análise da primeira remessa do material –cerca de duas toneladas, no total– apreendido durante a Operação Hurricane (furacão, em inglês), deflagrada na sexta-feira no Rio contra um esquema de exploração de jogos ilegais.

A PF suspendeu hoje, no início da tarde, a tomada dos depoimentos, já que os presos suspeitos de integrar o esquema optaram por manter silêncio –assim como no sábado– e não forneciam informações adicionais. Os interrogatórios recomeçam segunda, às 8h. A expectativa é de que até terça-feira (17) todos os depoimentos tenham sido tomados.

No material, os policiais buscam dados que auxiliem nos interrogatórios. Entre sábado e domingo, a PF já ouviu 17 dos 25 presos na sexta-feira acusados por jogos ilegais –principalmente bingos e caça-níqueis–, que envolve autoridades da Justiça, da Polícia Federal e do Carnaval do Rio. Os depoimentos serão retomados nesta segunda-feira.

Segundo informações da assessoria da Superintendência da Polícia Federal, quase 50 agentes foram deslocados para analisar o material (documentos, agendas, anotações e computadores), que chegou hoje à Brasília. A primeira parte (cerca de uma tonelada) chegou em 99 malotes, que foram transportados até o edifício-sede da PF em duas vans.

Ontem, a PF divulgou os valores e bens apreendidos durante a Operação Hurricane: R$ 10 milhões em dinheiro, R$ 5 milhões em cheques, US$ 300 mil, 34 mil euros e 400 libras. Também foram retidos 51 carros. O mais caro, uma Mercedes-Benz CLK 500, está avaliado em R$ 550 mil. A Polícia Federal informou que o dinheiro está depositado na Caixa Econômica Federal.

Prisões

Do total de pessoas presas, 23 foram detidas no Rio de Janeiro e duas, na Bahia. Entre os presos durante a operação da PF estão o ex-vice-presidente do TRF (Tribunal Regional Federal) da 2ª Região, desembargador federal José Eduardo Carreira Alvim; o desembargador federal José Ricardo de Siqueira Regueira, também do TRF da 2ª Região; o juiz Ernesto da Luz Pinto Dória, do TRT (Tribunal Regional do Trabalho) da 15ª Região, e o procurador regional da República do Rio João Sérgio Leal Pereira.

A operação prendeu ainda o delegado da PF em Niterói (RJ), Carlos Pereira; e a delegada da PF Susie Pinheiro, que atuava temporariamente como corregedora-geral da ANP (Agência Nacional de Petróleo), além do delegado da PF aposentado Luiz Paulo Dias de Mattos.

O inquérito que investigou o esquema e culminou na operação foi presidido pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Cezar Peluso, devido ao envolvimento de autoridades que têm foro privilegiado. Os mandados de prisão, inclusive, foram emitidos a pedido do procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza.

Há ainda um grupo de suspeitos ligados à cúpula do Carnaval do Rio. São eles o presidente da Liesa (Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro), Ailton Guimarães Jorge, chamado de capitão Guimarães; um sobrinho dele, identificado como Júlio Guimarães; o presidente do conselho da Liesa e presidente de honra da Beija-Flor de Nilópolis, Aniz Abraão David; além o bicheiro Antonio Petrus Kalil, o Turcão, de Niterói.

Entre os crimes atribuídos aos suspeitos estão exploração de jogos, corrupção, tráfico de influência, formação de quadrilha e receptação.

Silêncio

Segundo informaram alguns dos advogados dos presos neste fim de semana, seus clientes têm mantido silêncio a maior parte do tempo porque não teriam conhecimento das acusações.

“Nossos clientes não sabem quais são as acusações”, disse o advogado Délio Lins e Silva, que defende o procurador regional da República do Rio João Sérgio Leal Pereira. Segundo ele, a ordem de prisão expedida pelo STF (Supremo Tribunal Federal) tem o objetivo de colher depoimentos.

O advogado Thiago Bouzo, que defende Júlio Guimarães e seu tio, Ailton Guimarães Jorge, chamado de capitão Guimarães, presidente da Liga das Escolas de Samba do Rio, e o desembargador federal José Ricardo de Siqueira Regueira, afirmou que não teve acesso a nenhuma informação do inquérito.

“A gente não sabe qual é a acusação e, por isso, o silêncio tem sido uma constante. As acusações são genéricas e a própria decisão que decretou as prisões é abstrata. Portanto, não há do que se defender.”

O Supremo está digitalizando os inquéritos e os advogados não sabem quando ficarão prontos

FOL

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Parmenas Alt
Parmenas Alt
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