domingo, 28/04/2024
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PF investiga origem de dinheiro para padrão de vida de ex-secretário de MT

Mesmo sem renda declarada, sem cargo público e com as contas bancárias bloqueadas, o ex-secretário de estado Éder Moraes tem conseguido ostentar um padrão de vida “luxuoso” em Cuiabá, totalmente incompatível com sua atual condição financeira. Além disso, durante os períodos em que esteve preso por força da operação Ararath, suas despesas e as de sua família foram quitadas por dois servidores do estado com recursos de origem desconhecida e que, provavelmente, consistem em valores objetos de crime de lavagem de dinheiro.

A situação foi descrita à imprensa nesta quarta-feira (25) pelo delegado regional de combate ao crime organizado da Polícia Federal (PF) em Mato Grosso, Marco Aurélio Faveri, por ocasião da oitava fase da operação Ararath, deflagrada durante a manhã com o cumprimento de mandados de condução coercitiva e de busca e apreensão em Cuiabá e em Chapada dos Guimarães, município a 65 km da capital.

“A gente constata que o senhor Éder Moraes ainda continua na vida suntuosa que ele tinha antes da deflagração da operação, antes de sua prisão. E a gente percebeu que, mesmo durante o período em que ele permaneceu preso, seus negócios ainda eram mantidos”, resumiu Faveri, mencionando que o ex-secretário e sua família ainda mantêm um estilo de vida que inclui realização de festas, faturas de cartão de crédito em cerca de R$ 10 mil mensais, contas de energia elétrica que chegam a R$ 5 mil, compras de valores elevados etc.

Ex-secretário de Fazenda, ex-presidente da extinta Agecopa e ex-secretário-chefe da Casa Civil do estado, Éder Moraes atualmente é réu em ações penais na Justiça Federal decorrentes das investigações da PF e do Ministério Público Federal (MPF) sobre crimes financeiros e lavagem de dinheiro apurados nas demais sete fases já deflagradas da operação Ararath desde novembro de 2013.



Ele é apontado como um dos principais operadores do esquema, que teria envolvido políticos de alto escalão do estado ao longo de anos em operações financeiras clandestinas com as mais diversas finalidades. Por conta das investigações, Éder Moraes já foi preso duas vezes: na quinta fase da operação, em maio de 2014, e em abril deste ano, por suspeita de ocultação de bensobjetos de investigação.

Eder Moraes e José Riva foram presos durante a Operação Ararath, em Cuiabá (Foto: Reprodução/TVCA)Eder Moraes foi preso pela primeira vez na quinta

fase da operação Ararath (Foto: Reprodução/TVCA)

Oitava fase

De acordo com o delegado, esta etapa da operação Ararath tenta buscar a origem do dinheiro que o ex-secretário Éder Moraes e outros investigados têm utilizado para se manter. Há suspeitas de que os valores tenham origem criminosa, sendo oriundos de transações operadas por bancos clandestinos ou de desvios de recursos públicos do estado.

A PF também obteve indícios de que Éder se utilizou de nomes de terceiros (“laranjas”), como amigos e familiares, para realizar operações financeiras em seu benefício, por meio de um policial militar e de um servidor de carreira da Secretaria estadual de Fazenda (Sefaz), com uso de valores objetos de crime de lavagem de dinheiro.

“Conseguimos identificar que um policial militar fazia sua segurança pessoal e, até hoje, esse policial militar continua prestando serviços particulares ao senhor Éder Moraes e é devidamente remunerado para isso. E seria esse mesmo policial militar quem paga as contas do senhor Éder Moraes, tirando esse dinheiro de algum lugar escondido que estamos ainda por encontrar”, relatou o delegado à imprensa.

O ex-secretário Éder Moraes já foi condenado em um dos processos da operação Ararath na Justiça Federal por crimes financeiros e lavagem dinheiro. A decisão foi proferida pela Quinta Vara Federal.

Éder Moraes

Na tarde desta quarta-feira, ao deixar a sede da PF em Cuiabá após ser interrogado, o ex-secretário se defendeu em entrevista concedida à imprensa dizendo que jamais usou nome de qualquer pessoa para realizar operações financeiras e negou qualquer irregularidade quanto a seu patrimônio, afirmando que as informações repassadas pela PF e divulgadas pela imprensa até então eram inverídicas.

“Nós prestamos todos os esclarecimentos patrimoniais. O que está se falando na imprensa não é verdade. Nunca usei laranjas, não há laranjas em processo algum e isso está devidamente explicado, detalhado dentro das oitivas e dentro do processo”, declarou o ex-secretário.

Além dele, sua esposa Laura Teresa da Costa Dias, um servidor da Sefaz e o policial militar que trabalha para o ex-secretário depuseram à PF mediante cumprimento de mandado de condução coercitiva.

Agora, a PF deverá analisar o conteúdo dos documentos e computadores apreendidos mediante mandados de busca e apreensão cumpridos nesta oitava etapa da operação Ararath. O objetivo é identificar a origem dos recursos que têm mantido o padrão de vida de Éder Moraes. Um desses mandados foi cumprido em Chapada dos Guimarães em residência de propriedade do servidor da Sefaz que estaria atuando em nome do ex-secretário. Os nomes dele e do policial militar não foram divulgados.

 

 

 

 

Fonte:

Renê DiózDo G1 MT

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Parmenas Alt
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