segunda-feira, 13/05/2024
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Saddam agora deve ser julgado por genocídio de curdos

O promotor-chefe Jaafar al-Mousawi disse que Ali Hassan al-Majeed, um primo de Saddam conhecido como “Ali Químico” por ter realizado ataques com gás contra os curdos, também seria julgado por genocídio.

No total, sete pessoas compareceriam como réus no julgamento relacionado à campanha de Anfal, ocorrida no norte do Iraque, no final dos anos 1980. Durante essa campanha, o governo de Saddam teria matado dezenas de milhares de curdos.

O ditador está sendo julgado atualmente devido a crimes contra a humanidade envolvendo a morte de 148 xiitas, também nos anos 80. Esse julgamento, marcado pelo assassinato de três advogados de defesa, pode estar perto de seu fim.

As notícias de que o ex-ditador será julgado em um segundo processo apareceram no momento em que uma agência da Organização das Nações Unidas (ONU) divulgava dados preocupantes sobre o número de pessoas tiradas de suas casas pela violência verificada no pós-guerra iraquiano.

Segundo a Missão de Assistência das Nações Unidas para o Iraque (Unami), o número de refugiados havia aumentado para 150 mil desde o ataque contra um santuário xiita, em fevereiro, que levou o país à beira de uma guerra civil.

Essa cifra é superior à divulgada na segunda-feira pelo Ministério de Refugiados e Migração, de 130.386.

“Estima-se que 1,3 milhão de pessoas fugiram de suas casas dentro do Iraque, ou quase 5 por cento da população total do país”, afirmou o Unami. “Enquanto muitos fugiram já no começo dos anos 80, os últimos quatro meses de crescente violência e tensão sectária constante resultaram no aparecimento de mais 150 mil refugiados”.

Os números surgiram dois dias depois de o primeiro-ministro do Iraque, Nuri al-Maliki, ter divulgado um plano de reconciliação cujo objetivo é enfrentar a insurgência sunita e diminuir a violência sectária.

REVIRAVOLTA DEMOGRÁFICA

Em mais um episódio de violência, um carro-bomba explodiu na cidade de Kirkuk (norte), matando ao menos três pessoas e ferindo 21, afirmou a polícia.

Três policiais foram mortos e outros três ficaram feridos na explosão de uma bomba plantada perto do local patrulhado por eles, no sudeste de Bagdá, disseram funcionários do Ministério do Interior.

Enquanto as tiram a vida de iraquianos quase diariamente, os assassinatos sectários e sistemáticos obrigam as pessoas a sair de suas casas, provocando uma reviravolta demográfica em um país onde muitos bairros são compartilhados por xiitas, sunitas e outras comunidades.

O dado de 150 mil refugiados não inclui os que procuraram abrigo na casa de parentes ou que saíram do Iraque.

Um problema grande devido à anarquia que se seguiu ao pós-guerra, a crise de refugiados aprofundou-se depois do ataque a bomba de 22 de fevereiro contra um santuário xiita da cidade de Samarra. O ataque detonou represálias e levou o país árabe para perto de um conflito interno declarado.

O cenário tem sido comparado aos das “limpezas étnicas” realizadas nos Bálcãs, nos anos 90.

A violência sectária, responsável pela morte diária de algo entre 30 e 50 pessoas apenas em Bagdá, obrigou os sunitas a fugirem para o norte e os xiitas, para o sul, encontrando segurança em áreas dominadas pelos grupos aos quais pertencem.

Em meio a seus esforços de reconciliação, Maliki disse que libertaria mais de 2.500 prisioneiros. Ele espera que a saída dos detentos, em sua maioria sunitas, aplaque a insurgência sunita.

Várias centenas deles saíram às ruas na terça-feira. Uma mulher segurava a foto de seu filho em um ponto de ônibus onde os homens desembarcaram. “Meu filho está desaparecido há um ano. Ele é um estudante”, afirmava Sabriya Jawaad, enquanto outros prisioneiros libertados abraçavam parentes.

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Parmenas Alt
Parmenas Alt
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