quinta-feira, 06/06/2024
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Ahmadinejad diz que Irã nunca abandonará programa nuclear

O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, disse que o Irã nunca abandonará seu programa nuclear para aplacar os críticos ocidentais. Em uma entrevista de TV NBC, ele também não deu uma resposta direta quando questionado se havia condições de que o Irã desenvolva uma arma nuclear.

“Nós não precisamos de armas nucleares”, disse Ahmadinejad, falando por meio de um intérprete. “Nós não vemos qualquer necessidade de tais armas. E as condições em todo o mundo estão se movendo em favor de nossas ideias”.

“Pensamos que as armas nucleares pertencem ao passado e às gerações passadas […] Não temos qualquer necessidade deste tipo de arma”, disse o líder iraniano.

As potências ocidentais suspeitam que o Irã utilize seu programa nuclear civil para desenvolver uma bomba atômica, algo que Teerã nega. O Irã tem dito repetidamente que o enriquecimento de urânio é apenas para gerar eletricidade, não para fabricação de uma bomba, embora não disponha de instalações de energia nuclear para uso de urânio enriquecido de baixo nível

“Continuamos acreditando no diálogo, nas negociações. Esta ainda é a nossa lógica, nada mudou”, disse Ahmadinejad.

Diante da insistência da repórter da NBC sobre se o Irã exclui qualquer possibilidade de tentar obter uma arma nuclear, Ahmadinejad respondeu: “Você pode entender o que quiser da minha declaração”.

Ahmadinejad participará na próxima semana da Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York.
Um encontro entre representantes do Irã e das seis grandes potências (EUA, Rússia, China, França, Grã-Bretanha e Alemanha) sobre o expediente nuclear iraniano está previsto para o dia 1º de outubro, provavelmente na Turquia.

Na mesma entrevista à NBC, o presidente iraniano lamentou a morte de manifestantes após as eleições de junho passado, marcadas por acusações de fraude.

“Todos lamentam a morte desta gente”, disse Ahmadinejad, reeleito em junho.

Israel

As declarações de Ahmadinejad foram feitas no mesmo dia que o ministro da Defesa israelense, Ehud Barak, contrariou a tradicional postura do seu país e disse que o Irã não será capaz de destruir Israel mesmo que obtenha armas nucleares.

“Neste momento, o Irã não tem uma bomba. Mesmo que tivesse, isso não o tornaria uma ameaça à existência de Israel. Israel pode destruir o Irã”, disse Barak em uma entrevista a ser publicada na sexta-feira e à qual a Reuters teve acesso.

Líderes israelenses costumam citar com alarme as ambições nucleares do Irã, o apoio do país a guerrilhas islâmicas e as declarações ameaçadoras do presidente Mahmoud Ahmadinejad, que defendeu certa vez que Israel seja “varrido do mapa.”

O primeiro-ministro direitista, Binyamin Netanyahu, que trouxe o centro-esquerdista Barak para a sua coalizão, disse estar de acordo com o seu ministro da Defesa, sinalizando uma possível mudança na retórica oficial de Israel, em um momento em que potências mundiais se preparam para retomar em outubro o seu envolvimento diplomático com o Irã.

Presume-se que Israel tenha o único arsenal nuclear do Oriente Médio, algo que o governo nem admite nem nega.

Na entrevista a ser publicada pelo jornal “Yedioth Ahronoth”, Barak afirma: “Não acredito que estejamos à beira de um novo Holocausto.”

“Digamos que a Arábia Saudita compre, em algum estágio, duas bombas. Isso não significaria que esteja tudo acabado para o país. Além do mais, acho que o Irã é um desafio para Israel e para todo o mundo. Agora é a hora de um esforço diplomático e de sanções mais duras.”

Israel, que já bombardeou reatores nucleares do Iraque, em 1981, e da Síria, em 2007, sugere que poderia adotar ações preventivas desse tipo contra instalações nucleares iranianas se considerar que a diplomacia não irá trazer resultados. Os EUA tampouco descartam uma ação militar como último recurso.

“Eu gostaria de deixar claro que todas as opções estão em aberto. Não estamos retirando nenhuma opção da mesa”, disse Barak na entrevista, cuja transcrição foi entregue por seu gabinete.

O jornal já havia publicado trechos da entrevista na quinta-feira, provocando uma repercussão positiva, ainda que cautelosa, por parte de Netanyahu.

“Acho que o que o ministro da Defesa quis dizer, algo que eu acredito, é que o Estado de Israel será capaz de se defender em qualquer situação,” disse o premiê.

Com/F.Online/ Reuters e France Presse

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Parmenas Alt
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