quarta-feira, 15/05/2024
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Antecipação do décimo terceiro não vai impactar vendas

O dinheiro extra que começou a circular a partir da segunda quinzena deste mês por conta da antecipação do pagamento de 50% do 13o salário dos servidores públicos estaduais não deverá gerar impacto nas vendas no comércio mato-grossense.

Na opinião dos dirigentes empresariais, o dinheiro será utilizado mais para o pagamento de contas atrasadas do que propriamente para consumo.

Ao todo, o governo estadual liberou R$ 52,95 milhões para o pagamento de 59.07 mil funcionários. A medida contempla os servidores públicos estaduais efetivos, aposentados e os pensionistas. A outra metade do 13º salário será paga em dezembro.

De acordo com o secretário de Estado de Administração, Geraldo De Vitto, os demais servidores – que ocupam cargos exclusivamente comissionados ou são contratados – receberão o valor total do benefício também em dezembro, juntamente com os demais servidores efetivos que receberam a metade do 13º salário agora.

De Vitto explica que mensalmente o governo faz uma reserva do valor referente à folha do 13º. “É uma garantia de que o servidor vai receber o seu pagamento na data programada pelo governo”.

No final do ano passado, o 13º salário injetou R$ 600 milhões na economia mato-grossense. Foram pagamentos do Estado, da União, do município e da iniciativa privada. Desse total, R$ 310 milhões foram oriundos do setor público e, R$ 290 milhões, do setor privado.

“O ingresso desse dinheiro no ano passado foi bastante significativo e pudemos sentir o reflexo disso nas vendas de final de ano”, lembra o presidente do Sindicato Intermunicipal do Comércio de Tecidos, Confecções e Armarinhos de Cuiabá e Várzea Grande”, Roberto Perón.

Este ano, com o recrudescimento da crise do agronegócio e o desaquecimento do consumo no primeiro semestre, os R$ 52,95 milhões não deverão impactar diretamente nas vendas do comércio.

“Este dinheiro, na verdade, não será captado para compras novas, mas para acertar pendências”. Segundo Perón, a antecipação de parte do 13º salário não é um grande negócio para o comércio, pois não vai gerar vendas diretas, mas será importante para a recuperação de crédito.

“Os consumidores vão utilizar o dinheiro para liquidar dívidas. O ideal seria se o dinheiro todo do 13º fosse sacado no final do ano”, afirma o presidente do sindicato, lembrando que o consumidor compra por impulso, o que normalmente ocorre no final do ano.

O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Cuiabá (CDL), José Alberto Aguiar, também não acredita que a antecipação do pagamento surtirá efeito imediato no consumo. “Este dinheiro será utilizado mais para o pagamento das prestações atrasadas, permitindo a regularização dos débitos e contribuindo para a queda da inadimplência. Este será o grande ganho para o comércio”, analisa.

ALERTA — Aguiar diz que o momento para o comércio exige muita cautela e prudência. “O comerciante não deve se empolgar com esta notícia [do pagamento de parte do 13º salário]. Pelo contrário, deve evitar grandes estoques e ser extremamente cauteloso e criterioso na hora de aprovar uma compra a prazo”, aconselha.

As estatísticas revelam que aproximadamente 80% das vendas do comércio lojista de Cuiabá são efetuadas por meio de crediário e o plano de pagamento mais utilizado pelo consumidor é de até seis meses.

DC

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Parmenas Alt
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