quarta-feira, 15/05/2024
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Apagão aéreo deve durar até fim do ano

Em meio à desconfiança da população, que começa a repensar os planos das férias de verão por conta do colapso no sistema aéreo brasileiro, autoridades do setor prometem um céu de brigadeiro. Mas apenas no final do ano. “Já temos gente suficiente, os passageiros não precisam ter medo”, afirmou o ministro da Defesa, Waldir Pires. Ele garantiu a normalidade das operações informando que, até o início de dezembro, cerca de 60 controladores reforçarão o quadro de pessoal. Mas não nega apreensão. “Estou mais preocupado com o Natal do que com a posse (no ano novo)”, disse. O comandante da Aeronáutica, brigadeiro Luiz Carlos Bueno, garantiu que haverá tranqüilidade no fim de ano.

O otimismo do governo, no entanto, contrasta com as expectativas dos próprios operadores de vôo. O presidente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores em Proteção ao Vôo, Jorge Botelho, avisa que o período de férias será movimentado, por causa da posse de governadores, do presidente da República e dos Jogos Pan, Americanos, no Rio de Janeiro. Nem um contingente maior, segundo o sindicalista, resolverá o problema. “Esse pessoal novo não terá condição imediata de controlar.” Os dois compareceram, com o presidente da Anac, Milton Zuanazzi, à audiência pública da Comissão de Infra-Estrutura do Senado.

A questão dos investimentos no setor provocou tensão na reunião. Zuanazzi criticou a falta de investimentos no setor aéreo que estaria operando no limite. “Nos últimos anos, a aviação cresceu 26%, enquanto a economia, apenas 3%”, disse. O ministro da Defesa reagiu. Disse que não houve contingen-ciamento. Segundo Pires, dos R$ 1,84 bilhão destinados pelo governo Lula ao setor, apenas R$ 77 milhões foram contingenciados.

Controladores do 1º Centro de Controle de Tráfego Aéreo de Brasília (Cindacta 1), em Brasília, foram irônicos em relação ao otimismo do comandante da Aeronáutica. “Só se ele tem bola de cristal”, disse um operador de vôo. “Bueno não trabalha em frente a um radar controlando o tráfego aéreo para dizer que não haverá atrasos. Nem eu que trabalho posso afirmar isso.” A única certeza da categoria é de que o sistema estará mais sobrecarregado no período. Para os controladores, os horários das 18h às 20h e das 22 à 1h são bombas e já começaram a ficar congestionados com a aproximação do fim de ano.

A convicção de Bueno, ao afirmar que não haverá atrasos, pode ser um alerta de que o Comando da Aeronáutica vai endurecer com os controladores. Sinal disso é que a escala de trabalho, antes mensal, passou a ser divulgada a cada 15 dias. “Assim a gente é pego de surpresa no fim de ano. Não sabe se vai trabalhar no Natal ou reveillon”, diz um operador.

A Aeronáutica nega os relatos dos trabalhadores e insiste que a tranqüilidade nos aeroportos virá das medidas emergenciais tomadas. A Anac anunciou que estuda, com as companhias aéreas, a redistribuição dos vôos no período de férias, desafogando os horários de pico. “Queremos fazer aquilo que chamamos de terraplanagem, para dar uma equilibrada”, disse Milton Zuanazzi, diretor da autarquia. Outra medida é a adoção de horários fixos para os vôos fretados usados em pacotes turísticos.

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Parmenas Alt
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A estrada é longa e o tempo é curto. Não deixe de fazer nada que queira, mas tenha responsabilidade e maturidade para arcar com as consequências destas ações.
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