terça-feira, 14/05/2024
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As 6 promessas de investimentos para 2014

A renda fixa deve voltar a liderar em 2014 no Brasil. Com o novo ciclo de alta da taxa Selic e as incertezas no mercado de ações, este caminho foi o mais citado como aposta certeira para aplicar o seu dinheiro, entre seis especialistas em finanças.

 

Investimentos mais conservadores devem prevalecer sobre os ativos com maior risco na lista das corretoras e de consultores financeiros em 2014.

 

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Os especialistas concordam que as incertezas do mercado em 2013 devem se estender ao longo do ano. Há temores de que a retirada dos estímulos do banco central americano (Federal Reserve, o FED) nos Estados Unidos fortaleça o dólar perante outras moedas, inclusive o real.

“Este fato, aliado a um possível rebaixamento da nota de crédito do Brasil, pode criar o que especialistas chamam de ‘tempestade perfeita’”, afirma Arnaldo Curvello, diretor de gestão de recursos da Ativa Corretora. Apesar disso, o mercado oferece investimentos com bons mecanismos de proteção contra estes fatores, segundo ele.

Para Sandra Blanco, consultora de investimentos da Órama, o aumento da Selic dará ao investidor mais chances de ganhar dinheiro nas aplicações conservadoras, sem precisar se preocupar tanto em vencer a inflação ou buscar taxas de administração muito baixas.

Seja qual for a opção de investimento para 2014, a escolha deve responder a três perguntas, na opinião do educador financeiro Mauro Calil. “Quanto quero acumular, em quanto tempo e com qual objetivo?”. De acordo com ele, toda decisão de investimento deve vir acompanhada de objetivos palpáveis, como trocar de carro, fazer uma viagem ou planejar a aposentadoria.

Confira as apostas de seis especialistas financeiros para investir em 2014:

1º – Renda Fixa

Quatro dos seis especialistas consultados pelo iG recomendam os fundos de renda fixa como investimento seguro para o próximo ano. Eles geralmente são indexados a algum índice, como os de inflação (IPCA ou IGP-M), ou investem em papéis pré-fixados (cuja rentabilidade é combinada no momento da compra do título).

“Tudo indica que 2014 será um ano de renda fixa, com a Selic subindo e nenhum sinal positivo vindo da renda variável”, analisa o consultor financeiro André Massaro.

Não só a rentabilidade destas aplicações tende a melhorar, mas também seus mecanismos e acessibilidade ao pequeno investidor, na opinião de Calil. “Haverá mais opções, com uma segmentação maior de produtos e mais oportunidades de começar a investir com aportes menores”, acredita.

Para o educador financeiro, as debêntures (títulos de dívida de empresas) também vão ficar mais populares, mesmo com o aumento da Selic, com expectativa de chegar a 12% ao ano. “As empresas vão precisar de alternativas para se financiar”, diz Calil.

A coordenadora do Investmania, Aline Rabelo, acredita que a renda fixa continuará ideal em 2014 para investidores com pouca tolerância ao risco, apesar de não ser o investimento com a melhor rentabilidade. “A renda fixa volta a ficar atrativa com a Selic em alta”.

2º – Tesouro Direto

Mesmo com desempenho negativo em alguns de seus títulos em 2013, o Tesouro ainda é a opção mais recomendada para o investidor que busca segurança e rentabilidade garantida fora da renda fixa. Para o médio e longo prazo, os papéis mais indicados são as NTN-Bs (Notas do Tesouro Nacional), que pagam uma taxa de juros combinada no momento da compra – atualmente por volta de 5% – mais a variação do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo). “Não haverá risco de perder dinheiro se o investidor permanecer até o final”, explica o professor de finanças da FGV, Samy Dana, sobre a rentabilidade em queda destes papéis em 2013.

As LFTs (Letras Financeiras do Tesouro) também são vistas como boa aposta no curto prazo. Por serem pós-fixadas (pagam a taxa de juros vigente no momento do resgate), sempre são vantajosas no ciclo de alta da taxa Selic. Como a crença é de que os juros cheguem a 12% em 2014, esses papéis são recomendados no período. Já os títulos pré-fixados, que remuneram a taxa de juros vigente no momento da compra, não são recomendados para o próximo ano, uma vez que a Selic deve continuar a subir. “O Tesouro Direto tende a ser um melhor investimento no longo prazo, já que a alíquota do Imposto de Renda cai com o tempo. Quem permanecer mais de dois anos pagará o mínimo de 15% de imposto”, explica Dana.

3º – Letras de Crédito (LCIs e LCAs)

As letras de crédito devem trazer boa remuneração em 2014, na opinião de ao menos três especialistas em finanças. Isso porque as LCIs (Letras de Crédito Imobiliário) e LCAs (Letras de Crédito do Agronegócio) costumam remunerar um percentual do CDI (Certificado de Depósito Interbancário), que fica mais atrativo com a Selic a partir de 10% ao ano. Outra grande vantagem sobre produtos parecidos é que não é preciso pagar Imposto de Renda ao investir nas letras de crédito. Para Dana, da FGV, estas aplicações devem pagar acima de 90% do CDI para serem vantajosas.

Há também LCAs que são atreladas não ao CDI, mas à inflação do IPCA, além de pagarem uma taxa de juros fixa em torno de 6% ao ano, como as NTN-Bs do Tesouro Direto. “A vantagem é que elas são isentas de IR, o que as torna mais vantajosas que os papéis públicos”, analisa Curvello, da Ativa. Outro atrativo deste tipo de papel é a segurança: as LCIs e LCAs são cobertas pelo FGC (Fundo Garantidor de Crédito) em investimentos de até R$ 250 mil.

4º – Fundos atrelados ao CDI

Os investimentos referenciados ao CDI, como fundos DI e CDBs (Certificados de Depósito Bancário) serão a escolha certa para o investidor que visa o curto prazo e é avesso a riscos, na visão de Sandra, da Órama. “Eles tendem a subir mais em 2014, podendo fechar com rentabilidade entre 9,5% e 10%. Se a taxa de administração for menor que 1,5% ao mês, estes fundos baterão facilmente a poupança”, explica.

No caso dos CDBs, títulos vendidos pelos bancos para captar recursos, a rentabilidade deve ser maior que 85% do CDI, que é atrelado à taxa de juros, para valer a pena, recomenda o professor Dana.

Os Fundos DI são os mais populares dentre os chamados Fundos Referenciados, que recebem este nome porque têm 95% de sua carteira composta por ativos que acompanhem um determinado indicador. Neste caso, os fundos são atrelados ao CDI (Certificado de Depósito Interbancário) . Os Fundos DI aplicam pelo menos 95% em papéis pós-fixados de renda fixa, com rendimento próximo ao CDI e aplica pelo menos 80% em papéis da dívida federal ou papéis de empresas com baixo risco. Por isso, dentre os fundos de renda fixa, são vistos como os mais conservadores.

5º – Fundos multimercado

Indicados para investidores com disposição moderada ao risco, os fundos multimercado serão uma boa escolha em 2014, na visão de Sandra, consultora da Órama. “Por também investirem no câmbio, estes fundos são boa opção para se proteger de uma possível valorização do dólar frente ao real, diante a retirada dos estímulos monetários nos EUA”, analisa.

De acordo com Sandra, os gestores conseguem adicionar rentabilidade a estes fundos em momentos de piora do cenário econômico, pelo perfil diversificado e flexível do produto. A carteira costuma fazer um mix de vários mercados, como renda fixa, câmbio, mercado de ações (Bolsa), taxa de juros e até commodities no mercado externo. “Existe um risco moderado e os ganhos estão mais concentrados no médio e longo prazo”, explica Sandra. Segundo a consultora, estes fundos não devem ser vistos como produtos de renda, ao contrário dos fundos DI.

6º – Fundos de ações

Num cenário em que a Bolsa perde em torno de 14% em 2013, os fundos de ações aparecem em 2014 como uma opção mais conservadora à compra de papéis de uma ou outra empresa, apostando em companhias específicas. “Não recomendo investir somente em ações, porque o próximo ano deve continuar difícil para a economia e estes fundos fazem uma seleção mais rigorosa das empresas, por meio dos gestores dos fundos”, explica Sandra.

O investimento, apesar de diversificado, é recomendado para quem aceita bem os riscos de curto prazo e entende a volatilidade dos mercados. “Há empresas que conseguem gerar bons resultados num cenário de incertezas, mas não é uma escolha para qualquer investidor”, alerta a consultora da Órama.

  • Taís Laporta – iG São Paulo

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