O agricultor brasileiro trabalha com um olho no céu e o outro no extrato bancário. Ele necessita de recursos para poder plantar sua safra já que precisa comprar sementes e insumos, torce para que as condições climáticas não prejudiquem a lavoura e combate as pragas que podem destruir todo o seu trabalho. E só depois de conseguir vender a produção por um preço justo é que ele terá condição de pagar as dívidas e recomeçar o seu trabalho.
Para os pequenos agricultores, a situação é muito difícil. Eles encontram dificuldades para conseguir financiamento devido à burocracia do sistema bancário que exige uma série de documentos e contrapartidas como garantia aos recursos emprestados. Para conseguir o dinheiro, muitas vezes o agricultor dá a produção como garantia. E quando chega a época da colheita, algumas vezes os preços caem tanto que a venda de toda a produção não dá para cobrir o débito. Ele é obrigado a renegociar a dívida o que causa mais problemas.
Quem trabalha com terra arrendada é obrigado a colher e vender mesmo sofrendo grandes prejuízos porque é preciso ter dinheiro para renegociar a dívida e continuar investindo na próxima safra.
Já o agricultor, sem meios de escoar a produção, é obrigado a recorrer ao atravessador que normalmente paga preços muito baixos pelo produto para depois revender com lucro expressivo nos centros de consumo.
Outra dificuldade do agricultor é evitar que pragas destruam o fruto do seu trabalho. Para isso, ele precisa investir em produtos que combatam as espécies invasoras que podem arruinar todo o seu esforço. E cada praga nova que surge, como a “mosca negra dos citros!”, exige mais gastos porque o agricultor precisa usar um tipo de pesticida que não cause efeitos danosos. As moscas, aliás, em suas várias formas, são uma das pragas mais difundidas. Elas viajam de avião, na forma de larvas, em frutas. A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) sugere que se aperte a vigilância contra as pragas em portos, aeroportos e fronteiras para proteger a agricultura.
Os agricultores brasileiros seguem esperando a implantação de uma política de incentivos financeiros e fiscais para tornar menos difícil a vida das pessoas que trabalham para que não faltem alimentos nas mesas de todo o País.
FU
