quarta-feira, 15/05/2024
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Congresso expõe distanciamento inédito entre PT e governo

Congresso do PT que teve início nesta quinta-feira em Salvador ocorre em meio a um cenário inédito na história do partido: a crise não é apenas ética, motivada pelo caso do petrolão. Episódio semelhante ocorreu dez anos atrás, quando a sigla foi atingida pelo escândalo do mensalão. Dessa vez, a base está descontente com algo que, na hierarquia petista, é muito mais grave do que um gigantesco esquema de corrupção: a adoção de medidas tidas como "neoliberais" na economia, como a redução de benefícios trabalhistas e o corte orçamentário que não poupou as áreas sociais.

Congresso do PT começa com tumulto na Bahia

O clima de descontentamento é expressado abertamente por petistas de várias matizes. A começar pelo presidente da sigla, Rui Falcão. No discurso que preparou para a abertura do congresso, ele criticou, sem muitos eufemismos, a política econômica da presidente: "O PT considera vital que o custo de retificação das contas públicas recaia sobre quem mais tem condições de arcar com o custo do ajuste. É inconcebível, para nós, uma política econômica que seja firme com os fracos e frouxa com os fortes". No mesmo discurso, Falcão continuou: "Por isso também, o PT não acredita que é possível retomar o crescimento provocando recessão. Nem que se possa combater a inflação com juros escorchantes e desemprego de trabalhadores e máquinas".

O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) adota um tom ainda mais direto. Ele rejeita a tese de que as críticas à política econômica partem apenas de alas mais radicais do partido. "Estão querendo vender uma versão que não é a realidade. O que eu sinto é que, nesse congresso, vai ficar claro que existe um questionamento muito forte da política econômica em todas as correntes do partido", diz ele. Para o senador, a situação econômica do país ficará insustentável em "dois ou três meses" se não houver uma correção de rumos.

Também durante o congresso, surgiu outra demonstração de que a insatisfação vai muito além dos grupos periféricos da legenda; um bloco que reúne praticamente a metade dos deputados do partido publicou um manifesto em que pede mudanças no governo.

É nesse clima que a presidente Dilma Rousseff discursará na abertura do congresso – menor e menos triunfalista do que os anteriores. Dilma falaria apenas no encerramento, no sábado. Acabou repensando e preferiu comparecer à abertura, ao lado do mentor e padrinho Luiz Inácio Lula da Silva.

Dilma teme vaias dos petistas

O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Miguel Rossetto, é um dos principais aliados incondicionais de Dilma. Ele reconhece que é presido aproximar o governo do partido, mas diz que o ajuste fiscal é uma etapa dentro de um programa que pretende gerar e distribuir renda: "A estratégia de governo da Dilma é absolutamente clara. Momentos de ajuste fazem parte da trajetória, eles não determinam a trajetória". Difícil vai ser explicar isso aos colegas de partido.

 

 

 

 

 

 

Site:Veja

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Parmenas Alt
Parmenas Alt
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