quarta-feira, 15/05/2024
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Corte do orçamento e Código Florestal dão o tom da reunião da SBPC

Na cerimônia de abertura da 63ª reunião anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) neste domingo em Goiânia, pouco se comemorou e muito se falou sobre os retrocessos de que o país pode ter por causa da falta de atenção à ciência. De acordo com a SBPC, o passo para trás começa pelo possível corte de 25% no orçamento do Ministério de Ciência e tecnologia. “Não podemos concordar que um país que chegou a 13ª posição em produção científica tenha um retrocesso destes”, disse a presidente da SBPC, Helena Nader.

O ministro de Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, que participou da cerimônia de abertura, afirmou que é preciso mais verba, mas também disse que mais verba para a pasta depende do trabalho de convencer a importância da ciência no dia a dia. “Não podemos aceitar que no Brasil a aspiração dos jovens seja se tornar jogador de futebol, cantor de pagode, atriz ou o BBB”, disse.

Para Mercadante, há a necessidade de priorizar a educação, ciência e tecnologia na aplicação dos recursos dos royalties do pré-sal e o investimento de 10% PIB nas três áreas. “Quero aqui me associar a todos aqueles que querem mais verba a educação e a Ciência e tecnologia”, disse.

Código Florestal

Helena foi ainda mais enfática ao falar de duas situações que causam “especial preocupação”. A primeira delas é o modo como cientistas vêm sendo desconsiderados nas decisões sobre o novo Código Florestal. “Eu me preocupo com a maneira como a ciência vem sendo evitada na resolução do novo Código Florestal. Encontramos ouvidos ocos nos vários gabinetes que passamos em Brasília”, disse.

O novo Código Florestal está intimamente ligado com a escolha do tema central da reunião deste ano. A reunião, que começou no domingo (10) e vai até sexta-feira (15), vai discutir o Cerrado. Ele é segundo bioma brasileiro que mais sofreu com a interferência humana (atrás apenas da Mata Atlântica) e principal fronteira agrícola do país. A SBPC pretende apresentar o potencial da ciência para a exploração e a preservação do Cerrado.

A segunda preocupação citada por Helena é a possibilidade da aprovação da lei que baixa a exigência de instituições de ensino superior de contratar professores com pós-graduação. “Será um passo para trás sem precedentes num longo processo de melhoria do ensino superior. Reduzir a qualificação dos professores é reduzir a qualidade do ensino”, disse.

Maria Fernanda Ziegler, enviada a Goiânia

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Parmenas Alt
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