sábado, 18/05/2024
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Crise já respinga na economia real

A crise no mercado financeiro já atingiu em cheio os investidores, especialmente quem se animou nos últimos meses com o bom desempenho da Bolsa e apostou em ações – desde o início da crise, em 26 de julho, a Bolsa caiu 14,26%. Mas ela já começa a respingar na economia real. As empresas importadoras são afetadas pela desvalorização do real, que encarece os produtos comprados lá fora.

O setor exportador, embora se beneficie com a alta do dólar, num primeiro momento, poderá ser prejudicado por redução na demanda se o crescimento mundial se desacelerar. “”””Os preços internacionais das commodities já estão caindo””””, diz o professor de economia da PUC Antônio Corrêa de Lacerda. Pequenos empresários, por enquanto, são espectadores da crise, mas também sofrerão se as grandes empresas tiverem de reduzir o passo.

INVESTIDOR

Para o investidor, a continuidade da queda da Bolsa e da alta do dólar e a oscilação mais forte dos juros são fatores de risco. “”””Esse cenário deve ser observado antes de qualquer movimentação de recursos neste momento””””, diz o administrador de investimentos Fábio Colombo

Se o investidor estiver com no máximo 20% do capital na Bolsa e o restante em fundos DI, de renda fixa ou na poupança, Colombo recomenda que ele “”””não se movimente””””.

Se o capital em Bolsa superar 20%, “”””é recomendável diminuir a exposição, e aos poucos””””, ele diz, mesmo com perdas, fazer a diversificação em fundos DI com taxa de administração máxima de 1,5% ou caderneta de poupança. “”””Fundos DI são mais indicados que os de renda fixa porque têm rendimento pós-fixado, ou seja, acompanha a oscilação das taxas no mercado em momento de stress.””””

Colombo observa que depois de quase cinco anos de alta, a Bolsas tem gordura para queimar. “”””O investidor tem de decidir se sai com alguma perda agora ou se, na tentativa de recuperar perdas, corre o risco de o prejuízo aumentar.””””

Para o dinheiro novo, o destino deve ser o fundo DI, enquanto se aguarda um cenário mais claro. “”””E, para quem não tem nada na Bolsa, momento de baixa como este é indicado para compra, mas aos poucos.””””

IMPORTADOR

O dólar mais caro – a alta desde o início da crise é de 12,05% – é desfavorável ao setor porque encarece o produto importado e reduz sua competitividade em relação ao local. Empresas que acreditam que a alta do dólar é momentânea podem analisar a opção de adiar o fechamento de contratos. Diante da oscilação do dólar, Lacerda recomenda às empresas que importam e exportam que façam hedge (proteção) “”””natural””””, ou seja, mantenham equilíbrio entre importações e exportações para que as perdas em uma área sejam compensadas com ganhos na outra.

EXPORTADOR

O setor se beneficia com a alta do câmbio porque recebe mais reais pelos dólares que traz do exterior. Porém para empresas que exportam commodities, o risco é os preços internacionais baixarem, como já está ocorrendo, aliás, diz Lacerda. É que uma desaceleração do crescimento mundial vai ter o efeito de reduzir a demanda.

De acordo com o professor, por ora, a desvalorização do real está compensando as perdas de exportadoras de commodities com a redução dos preços internacionais. No quadro atual, ainda, empresas que acreditam que a alta da moeda americana é momentânea podem antecipar vendas ao exterior.

PEQUENAS EMPRESAS

Para empresas em geral, por enquanto, o impacto da crise financeira está relacionado ao dólar e, portanto, mais restrito a quem faz trocas com o exterior. “”””Não é o caso das pequenas empresas, pois apenas cerca de 5% têm essa atividade””””, diz Milton Dallari, diretor do Sebrae. “”””Por isso, por ora, o segmento é espectador da crise””””, ele explica.

Se a crise respingar nas grandes empresas, no entanto, o segmento das pequenas poderá ser prejudicado. “”””A tendência é as empresas para as quais as pequenas fornecem a sua produção reduzirem encomendas””””, alerta Dallari.

IMPACTOS

INVESTIDOR

Continuidade de queda da bolsa e alta dos juros e do dólar oferecem riscos. A orientação é diversificar as aplicações em fundos DI e caderneta de poupança, mantendo em bolsa no máximo 20% do total, e não procurar proteção no dólar, que já subiu muito desde o início da crise. Como os preços de ações caíram, pode ser interessante começar a comprar aos poucos

IMPORTADOR

O câmbio mais alto é desfavorável ao setor, porque encarece o produto importado e reduz sua competitividade em relação à oferta local. Empresas importadoras que acreditam que a alta do dólar ante o real é momentânea podem adiar o fechamento de compras no exterior

EXPORTADOR

O setor se beneficia com a alta do dólar, porque fica mais competitivo, mas é prejudicado com redução da demanda e dos preços internacionais de commodities pelo receio de desaceleração da economia mundial. Empresas que acreditam que a alta da moeda americana é momentânea podem antecipar vendas

PEQUENAS EMPRESAS

Por enquanto, setor de pequenas e microempresas é apenas “”””espectador””””da turbulência no mercado financeiro, porque tem pouca relação com o mercado externo e a economia local está aquecida. Será afetado se a crise se espalhar e chegar à economia real, porque isso reduziria encomendas de grandes empresas ao segmento

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Parmenas Alt
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A estrada é longa e o tempo é curto. Não deixe de fazer nada que queira, mas tenha responsabilidade e maturidade para arcar com as consequências destas ações.
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