sexta-feira, 07/06/2024
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Cuiabá, 290 anos

Cuiabá completa no dia 8 de abril mais um aniversário. São 290 anos de uma
cidade que tem sua identidade cultural formada pela mistura dos imigrantes
de todo o Brasil e do mundo. É a capital desse tão querido estado de Mato
Grosso, referência para a economia mundial. Quero hoje escrever com muito
carinho dessa cidade localizada no centro da América do Sul, entre o
Pantanal, a Amazônia e o Cerrado. A Cidade Verde tem uma posição geográfica
das mais privilegiadas.

Entre “tchapa e cruz” (cuiabanos de famílias tradicionais), “pés-rachados”
(cuiabanos da zona rural) e “paus-rodados” (pessoas que vieram de fora), a
população da capital é acolhedora e está pronta para receber a Copa em 2014.
O crescimento da população cuiabana se expressa nos números do IBGE que
mostram o inchaço que, em menos de 40 anos, quintuplicou a quantidade de
moradores de Cuiabá, reflexo do que se iniciou no final da década de 50.
Atualmente, são mais de 526 mil moradores e muitos fazem a estimativa de que
Cuiabá agasalhará 800 mil pessoas em 2019. Essa imigração desacelerou, mas o
progresso que vem com os imigrantes continua acelerado.

Nossa cultura tem muitas variações e curiosamente a cidade sempre foi
cosmopolita. Do bolo de arroz no café da manhã da dona Eulália, ao escaldado
(caldo com frango cozido e desfiado) no final da noite no Choppão. O
entretenimento do cuiabano passa por várias nuances da miscigenação
cultural. Na culinária tem pacu assado, Maria Isabel (carne seca com arroz),
farofa de banana, galinhada, paçoca de pilão e muito churrasco com mandioca
cozida. Ao hábito de se beber guaraná ralado, incorporou-se o chimarrão do
Rio Grande do Sul e o tereré do Paraná.

As festas de santos são regadas a chá com bolo e também desenham a alma da
cuiabania, predominantemente católica. Nos bares, boates e restaurantes da
cidade encontram-se opções para diversos estilos. A noite tem sempre vários
bares abertos para espantar o famoso calor cuiabano, que só ameniza um
pouco depois do pôr-do-sol.

A identidade de metrópole se concretiza nos shoppings de Cuiabá, que
concentram cerca de 570 lojas e geram mais de três mil empregos diretos.
Este mercado, em plena fase de explosão e em constante crescimento é
atrativo para empresários de todo o Brasil investirem na cidade e também um
passeio para os turistas.

Entre o ecoturismo da Chapada dos Guimarães e do Pantanal, a capital
mato-grossense vem se destacando em meio às belezas naturais e históricas, a
identidade ambígua do velho e do novo que também pode ser consumida pelo
visitante. Também me refiro ao Centro-Geodésico da América do Sul, ponto
eqüidistante entre os oceanos Atlântico e Pacífico, o que para os místicos
é uma promessa de energia e boas vibrações, como acontece com a imaginária
Linha do Equador. A demarcação do ponto foi feita em 1909, por um filho
ilustre da terra, o marechal Cândido Rondon, nascido na comunidade de
Mimoso, na época pertencente a Cuiabá. O monumento em homenagem fica
localizado onde hoje está instalada a Câmara Municipal, antigo Campo
d’Ourique, que no passado já foi palco de muitas festas e até mesmo de
touradas. Cuiabá tem em seu estilo do barroco ao neogótico, o centro
histórico guarda suas lendas sobre a exploração do garimpo. Conta-se que
diferente de Minas Gerais, o ouro de Mato Grosso surgia no quintal das
casas.

Uma capital pequena e distante, que teve em sua herança cultural o
isolamento. Mas esse isolamento acabou, o aeroporto Marechal Rondon, que
fica em Várzea Grande, recebe 1,3 milhão de pessoas por ano e mesmo com a
crise dos aeroportos de 2007 e com a alardeada crise de 2009, houve um
crescimento de 30%.

Entre as peculiaridades dessa cultura cuiabana, os fiéis da Igreja Católica
acreditam no padroeiro da cidade, Senhor Bom Jesus de Cuiabá, mas gostam
mesmo é de comemorar o dia de São Benedito. Os dias de “esmola” da Festa do
Senhor Divino e a Igreja de Nossa Senhora do Bom Despacho, uma cópia em
miniatura da Catedral de Notre Dame, em Paris, também se destacam entre os
seguidores da Igreja Católica.

Seis parques ecológicos e o zoológico da UFMT fazem parte do contexto dos
amantes da natureza. Para os saudosistas, as preferências são pelas
apresentações dos grupos de cururu e siriri (música e dança,
respectivamente), cuja origem é atribuída às tradições indígenas.

Mesmo com seus inúmeros atrativos, Cuiabá briga, atualmente, para ser
aceita como sede da Copa do Mundo de Futebol de 2014. Para ver mais
investimento em Cuiabá e também na cidade vizinha, Várzea Grande, que
utilizo esse espaço para conitnuar defendendo a vinda da Copa de 2014. A
Copa do Pantanal será muito bem recebida pelos seus filhos, que verão mais
um marco nessa história que é feita pelo suor de seus cuiabanos, muitos
deles na humildade de terem nascidos ribeirinhos, e também do povo que veio
de outros lugares, somando a nossa cultura e também deixando o suor do
trabalho.

Por isso, peço apoio aos companheiros do Congresso para que a Copa venha
para Mato Grosso e aos cuiabanos, filhos da terra ou filhos do coração,
desejo felicidades nesses 290 anos.

Parabéns Cuiabá! São muitos anos de história.

* Valtenir Pereira é Defensor Público e Deputado Federal

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Parmenas Alt
Parmenas Alt
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