terça-feira, 28/05/2024
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Dinheiro para dossiê veio do PT, indica relatório

Entre as 500 páginas do inquérito sobre o dossiê Vedoin que foram obtidas pela CPI dos Sanguessugas, um documento chamou a atenção dos parlamentares. Em relatório sobre o caso que investiga, o delegado Diógenes Curado Filho afirma que tudo indica que o dinheiro apreendido com Gedimar Passos e Valdebran Padilha veio do Partido dos Trabalhadores.

Dessa forma, o delegado expõe a sua conclusão pessoal a respeito da origem do dinheiro que pagaria as acusações de envolvimento de candidatos tucanos com a máfia dos sanguessugas. Num documento assinado.

Evidências
A avaliação do delegado está amparada em uma série de evidências:

– o dinheiro, reais e dólares no valor total de R$ 1,75 milhão, estava em uma mala preta entregue por Hamilton Lacerda, coordenador-geral da campanha de Aloizio Mercadante ao governo paulista;

– quase todos os envolvidos na operação irregular são integrantes do comitê pela reeleição do presidente Lula, sendo que alguns chefiavam núcleos;

– o dossiê visava a prejudicar adversários do PT, como o ex-ministro José Serra e o ex-governador Geraldo Alckmin, que apareciam em fotos apreendidas.

Dinheiro ilícito
O presidente da CPI, Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), que teve acesso aos documentos em Cuiabá e os levou a Brasília, foi o primeiro a reconhecer que se tratava de dinheiro ilícito, já que não aparece registrado em operações bancárias regulares. Biscaia visitou a PF e a Justiça Federal em Cuiabá, na segunda-feira, quando disse não ter dúvidas de que a origem do dinheiro era ilegal.

No caso dos US$ 248 mil apreendidos, a própria PF trabalha com a hipótese de que a quantia tenha sido levantada no mercado paralelo. Entre os reais arrecadados, há suspeita de que parte tenha sido amealhada por petistas junto à contravenção.

Dessa forma, a única conclusão construída a partir das investigações é de que o dinheiro é do PT.

Biscaia ainda considerou, após analisar o conteúdo dos documentos, afirmou que no dossiê não há nada que incrimine o ex-ministro da Saúde e governador eleito de São Paulo, José Serra.

Jogo do bicho
Daniel Lorenz, delegado-chefe da PF em Mato Grosso, confirmou que o jogo do bicho pode ter sido a fonte de parte do dinheiro. Otimista, ele informou que equipes federais realizam “ações intensas” fora de Mato Grosso. Contudo, não revelou em qual Estado a apuração se concentra.

Lorenz disse que houve um avanço no rastreamento da origem do dinheiro. “Houve basicamente a comprovação de uma tese”, afirmou. Questionado se a tese à qual se referia aponta para a contravenção, foi categórico: “Não só isso, mas de várias teses. Estamos trabalhando com ações de inteligência.”

O chefe da PF disse que “fontes humanas” estão contribuindo com a investigação. O delegado destacou que informantes “dão indicações bastante precisas”.

Quebra de sigilos
Biscaia levou à comissão cópia do inquérito sobre o dossiê Vedoin, mas dela não consta o resultado da quebra dos sigilo telefônico dos envolvidos, já determinada pela Justiça, pois a CPI ainda não tinha aprovado a quebra desses sigilos.Só nesta terça-feira requerimentos nesse sentido foram aprovados.

Também foi aprovado na CPI dos Sanguessugas pedido de transferência dos sigilos bancário e fiscal do ex-assessor especial da Presidência, Freud Godoy, suspeito de envolvimento na compra do chamado dossiê Vedoin, elaborado para prejudicar a candidatura do tucano José Serra ao governo do Estado de São Paulo. O pedido de quebra de sigilo foi feito à Justiça, nesta segunda-feira, pelo Ministério Público.

Berzoini estranha
No depoimento de quatro páginas, prestado na terça-feira à PF, Ricardo Berzoini, ex-coordenador de campanha de Lula e presidente licenciado do PT, negou participação na compra do dossiê Vedoin.

Ele disse que só soube do dossiê depois da publicação do caso na imprensa. Berzoini afirmou desconhecer a origem do dinheiro apreendido em 14 de setembro com os petistas Gedimar Passos e Valdebram Padilha, em um hotel em São Paulo.

Sobre Hamilton Lacerda, Berzoini disse que estranhou a versão que ele deu para o fato de ter sido visto no hotel conduzindo malas. Conforme a versão, Hamilton disse que as malas continham material de campanha e não o dinheiro para a compra do dossiê. Berzoini disse que não era essa a função de Hamilton.

Documentos
Ao todo, a papelada à disposição da CPI tem três volumes, com a descrição de todos os procedimentos adotados até o momento. Também estão lá as cópias dos depoimentos tomados pela PF e pelo Ministério Público Federal, entre eles o mais recente de Valdebran Padilha.

Petista ligado ao chefe da máfia dos sanguessugas, Valdebran reconheceu, nas imagens do circuito interno do hotel em que foi preso, a mala levada por Lacerda como sendo a que continha dinheiro.

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Parmenas Alt
Parmenas Alt
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