domingo, 28/04/2024
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Europa faz nova ameaça

Depois de boicotar a carne mato-grossense no final de 2005 após a descoberta do surto de aftosa em Mato Grosso do Sul, agora a União Européia está ameaçando impor retaliações à importação da carne brasileira em função de o governo federal estar mantendo a taxação sobre a exportação do couro wet blue. A informação foi passada ontem ao Diário pelo gerente de Custos da Durlicouros, Luís Sérgio Nunes Costa.

Segundo ele, a manutenção da taxação do couro em 9%, além de contrariar a Resolução Camex 42/05 – que determinava a sua redução gradual até chegar a 0% em janeiro de 2008 – está gerando reação da comunidade Européia. “Na semana passada houve manifestação oficial da Associação Européia de Curtumes, declarando que a medida brasileira fere os tratados que estão sendo levados a cabo na Rodada de Doha”, alertou Luís Sérgio.

Segundo o vice-presidente do Sindicato das Indústrias de Curtume de Mato Grosso (Sincurt), Evandro Durli, a restrição às exportações do couro reduz os ganhos dos pecuaristas com os preços internacionais, além de transferir renda da pecuária para o setor industrial de calçados e couros acabados.

Durli voltou a defender o fim da taxação sobre o couro salgado e wet-blue (semi-elaborado), o único produto taxado nas exportações. De acordo com ele, a taxação representa retrocesso na desoneração das exportações agropecuárias promovida pela lei Kandir e, além de restringir as exportações brasileiras, pode atingir toda a cadeia produtiva.

Para o empresário, as conseqüências seriam drásticas para toda a cadeia pecuária brasileira. “A restrição às exportações causaria excesso de oferta no mercado interno, reduzindo os preços dos couros salgado e wet-blue, que são comercializados principalmente por frigoríficos e pequenos curtumes”, disse ele.

Durli argumentou que a queda dos preços do couro afeta diretamente a renda dos pecuaristas, tendo em vista que o valor do couro representa cerca de 7% do preço pago pela arroba do boi.

“Não faz sentido algum mantermos a taxação de exportação de um subproduto às custas do prejuízo de toda pecuária brasileira e a industria de frigoríficos”, argumenta.

Ele diz que o pedido das indústrias em ampliar a taxação de 9% para até 18% é um absurdo, pois aumenta sobremaneira a carga tributária que temos. “As empresas do Sul e Sudeste que lutam por taxar ainda mais um produto já industrializado deveria lutar pela desoneração de tributos que as impedem de ser competitivas, mas querem ir pelo caminho contrário de prejudicar o desenvolvimento do Centro-Oeste e Norte do Brasil. Com isso, quem se dá bem e continua se desenvolvendo são as empresas do Sul e Sudeste”, criticou.

No ano passado, a UE comprou US$ 1,5 bilhão em carnes do Brasil, quase 40% do total exportado.

As vendas externas de Mato Grosso registraram crescimento de 144,25% em relação a 2005, com um volume comercializado de US$ 72,96 milhões, contra US$ 29,87 do ano anterior. No total, foram exportados 24,84 mil toneladas, ante as 13,01 mil toneladas do ano anterior, com incremento de 88,16% no período.

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Parmenas Alt
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