sexta-feira, 07/06/2024
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Índios criam serviço de policiamento próprio em Tabatinga

Reservistas indígenas da etnia ticuna, da comunidade Umariaçu II, localizada em Tabatinga (AM), criaram um serviço de policiamento próprio para impedir a entrada de bebidas alcoólicas na região, proibir o consumo e o tráfico de drogas, controlar a entrada de veículos que não pertencem à aldeia e fazer uma ronda permanente em locais estratégicos. As informações são do jornal “A Crítica”, de Manaus.

Todos os que participam do serviço de policiamento são voluntários. Além das práticas mencionadas, os reservistas interferem em brigas domésticas – prendendo o agressor, se necessário – e interceptam pessoas que entram na comunidade com “objetos suspeitos”.

Desde que o serviço foi implantado, há quatro meses, mais de 40 indígenas ticuna foram presos. Geralmente são jovens detidos por envolvimento em brigas e agressões a facadas, que na maioria são resultado do consumo de bebidas alcoólicas e drogas, de acordo com o segundo-delegado, Elias Grande Ferreira.

Segundo Ferreira, o índice de criminalidade na comunidade, motivo de crítica “dos brancos” de Tabatinga, diminuiu em 80% nos últimos meses. O policiamento específico para a comunidade é formado por 60 indígenas que serviram o Exército na região de Tabatinga.

Eles trajam um fardamento composto por blusa preta, semelhante à usada por policiais federais, e calça jeans. A base é uma delegacia que funciona em um antigo comércio de madeira, restruturado para abrigar quatro celas, a mesa do delegado e departamentos burocráticos.

A iniciativa foi batizada de Serviço de Proteção ao Índio (SPI), um resgate proposital do antigo nome da Fundação Nacional do Índio (Funai). Cada policial tem seu crachá de identificação. Na ronda, todos usam cacetetes, segundo eles necessário para a defesa, e alguns carregam algemas na cintura. Os policiais não usam armas tipicamente indígenas, que são guardadas para a caça e rituais da aldeia, segundo os ticuna.

As celas, cubículos de um 1,5m2, foram construídas no lugar onde funcionava o balcão do comércio. De acordo com Ferreira, o detido fica no máximo 24 horas preso. Se for reincidente, no entanto, a punição passa para 48 horas ou até mesmo uma semana.

Em algumas situações, caso a família permita, o detido pode ficar mais tempo detido. “Crimes considerados mais graves, como um assassinato (o que ainda não foi registrado neste período), a gente consulta o cacique. Mas se isso acontecer, como a gente não pode ficar com ele preso, manda para o presídio em Tabatinga”, afirma Ferreira.

uol

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Parmenas Alt
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