terça-feira, 14/05/2024
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Moradores do Centro-Oeste ajudam a preservar a memória ferroviária do país

Apaixonado por trens, ele aderiu ao hobby do ferreomodelismo para matar a saudade dos áureos tempos das ferrovias
Seja para relaxar, divertir-se, desestressar ou mesmo cultivar o amor pelas ferrovias, muitas pessoas têm aderido ao hobby do ferreomodelismo, afinal, o trem elétrico é uma excelente opção para quem está procurando algo para entreter a mente e passar o tempo.


Em Cuiabá, o professor universitário Adilson João Massoni tem aproveitado o tempo para conciliar o trabalho com o ferreomodelismo. “Minha primeira compra nesta área foi em dezembro do ano passado, por conta do Natal. Tenho um filho apaixonado por trens, e o convenci a aderir ao ferreomodelismo”, diz Massoni, que possui duas locomotivas e seis vagões. “Tenho algumas construções e um projeto de maquete, e assim que terminar a quarentena quero voltar a mexer nela”, completa. “Esta paixão por construir e consertar as coisas herdei de meu pai. Estou construindo uma casa com contêineres em uma chácara, e boa parte dela foi feita por mim e meus pais, que têm mais de 80 anos. É lá que fica a maquete”, finaliza.


Em Rondonópolis, o professor Ezequiel Silva Chaves começou a ter contato com o hobby há 13 anos, quando adquiriu uma caixa básica de trens da Frateschi. “Depois, construí minha primeira maquete e, mais tarde, fiz duas ampliações. É nela onde rodo toda minha coleção, composta por 522 vagões e 60 locomotivas. Nasci na cidade paulista de Mauá e vivi lá por 17 anos. Como viajei inúmeras vezes nos trens metropolitanos, que na época eram da CBTU, e nos atuais CPTM, acabei gostando muito de trens”, conta. A Frateschi é a única empresa da América Latina fabricante de trens elétricos em miniaturas e réplicas de composições reais e está situada em Ribeirão Preto, no interior paulista. Com a pandemia, Chaves teve mais tempo para se dedicar ao hobby. “Acabei terminando completamente minha maquete e mexo com ela de quatro a cinco vezes por semana”, conclui.


Em Goiânia, o arquiteto aposentado Nicolau Calil Musse tem aproveitado o tempo que passa em casa para fomentar o hobby de ferreomodelismo. “Comprei um material recentemente porque estou ampliando minha maquete. Comecei nesta atividade há 40 anos, com uma composição, trilhos e alguns desvios. Depois, aos poucos, fui adquirindo produtos da Frateschi, e hoje possuo cerca de 60 vagões e 10 locomotivas. Já minha maquete, que mede 4 m x 2 m, foi iniciada há três anos, e agora a estou ampliando em 1 metro na largura”, diz Musse. A Frateschi, empresa com sede em Ribeirão Preto, no interior paulista, é a única fabricante de trens elétricos em miniaturas e réplicas de composições reais na América Latina.


Musse não herdou esta paixão pelo hobby, mas sempre gostou de miniaturas e maquetes. “Elas remetem à minha infância em Guaxupé (MG), quando andava de trem, passando por Mococa, Casa Branca, Ribeirão Preto e Uberlândia. Talvez por isso eu goste dos modelos antigos de locomotivas e vagões, principalmente da Companhia Mogiana”, comenta o arquiteto, que mexe constantemente em sua maquete. “Há sempre alguma coisa para fazer. No início vou mais rápido, na execução da mesa, das bases para os trilhos e ligações elétricas. Depois vou mais devagar, nos relevos do terreno, lagos, rios e maquetes complementares, como as diversas construções no entorno de uma ferrovia. É uma rotina quase que diária. Meu genro, que é artista plástico, me ajuda com alguns acabamentos e pintura”, completa.


Em Jataí, o aposentado Carlos Alberto Biella pratica o ferreomodelismo há décadas e, agora, passou a organizar melhor seu hobby. “Já tem muito tempo que venho adquirindo alguns produtos. Gosto muito de trens e isso me levou, desde criança, a gostar de ferreomodelismo. Tanto que estou construindo minha maquete”, diz Biella, que possui, em sua coleção, duas locomotivas e dez vagões. Esta paixão vem de seu pai. “Ele gostava de trens em minha cidade natal, Novo Horizonte. Quando era criança, havia uma estação ferroviária, que foi desativada. Eu gosto muto de trens, de admirar as ferrovias e as composições”, conta.


Em Anápolis, por exemplo, alguns ferreomodelistas possuem verdadeiros ‘patrimônios’ em casa, e até hoje os trens despertam curiosidade e saudosismo nas pessoas. O analista de sistemas Rogério de Oliveira Ribeiro iniciou-se neste hobby no ano passado, quando adquiriu o primeiro conjunto de trens da Frateschi, empresa com sede em Ribeirão Preto, no interior paulista, e a única fabricante de trens elétricos em miniaturas e réplicas de composições reais na América Latina. “Percebi que sou apaixonado por trens desde a infância e depois acabei comprando outras peças. Hoje, tenho 3 vagões de passageiros, 2 vagões-tanque, 2 vagões graneleiros e 2 vagões de minério e também estou construindo a minha maquete”, conta. “Não herdei essa paixão de ninguém, mas já nasci com ela e pretendo passá-las aos meus filhos”, conclui Ribeiro, que mexe em sua coleção diariamente.


Em Brasília, o bancário Luiz Eduardo Fernandes Cazaleiro sempre gostou de trens desde a infância, mas passou a adotar este hobby aos 18 anos, quando viu uma maquete montada em frente à loja onde sua mãe trabalhava, em um shopping de Ribeirão Preto. “Andei algumas vezes de trem quando criança e gostei da experiência. Mais velho, fui pesquisar sobre o assunto e acabei adotando o ferreomodelismo como hobby. Hoje tenho 95 locomotivas e cerca de 100 vagões em casa, onde tenho uma maquete em que mexo praticamente todo dia”, diz Cazaleiro, que lamenta o fim do transporte ferroviário para pessoas no Brasil. “Brasília, capital do país, possui apenas duas estações, a Bernardo Sayão e a Rodoferroviária, utilizadas por trens de cargas, e o ferreomodelismo é uma maneira de resgatar esta cultura no Brasil”, conclui.
 
Um dos hobbies mais antigos do mundo


O ferreomodelismo é um dos hobbies mais antigos do mundo, e sua origem remonta ao período em que o transporte ferroviário foi adotado massivamente. As primeiras miniaturas de trens foram fabricadas por volta de 1830, por artesãos alemães. De lá para cá, muita coisa mudou, principalmente no Brasil, onde o transporte de passageiros pelas ferrovias deixou de acontecer, com exceção dos passeios turísticos. Mesmo assim, a paixão de algumas pessoas por este hobby se intensificou.


“O ferreomodelismo é uma mistura de entretenimento, baseado em modelos de escala, e arte, pois os amantes deste hobby ficam fascinados quando começam a construir suas maquetes, fazer toda a parte de decoração e cenário e projetar as construções. É preciso ter capacidade de observação para se construir uma maquete, pois todo esse trabalho de reprodução do mundo real é totalmente artesanal”, diz Lucas Frateschi, diretor da Frateschi Trens Elétricos, empresa com sede em Ribeirão Preto, no interior paulista, que possui mais de 50 anos de atuação no mercado e é a única fabricante de trens elétricos em miniaturas e réplicas de composições reais na América Latina. “Em tempos como estes, em que as famílias têm ficado em casa, é preciso arrumar algum hobby para distrair a mente. As pessoas pensam que o transporte ferroviário morreu, mas ele está vivo e em expansão. A ferrovia é de valor estratégico imprescindível para um país como o Brasil, e este crescimento ajuda a fomentar ainda a mais a paixão que muitos brasileiros têm pelos trens, sendo que muitos passam o hobby do ferreomodelismo para as futuras gerações”, finaliza Lucas.


Sobre a Frateschi


Fundada em 1967, a Indústrias Reunidas Frateschi é a única fabricante da América Latina de trens elétricos em miniaturas e réplicas de composições reais. Situada em Ribeirão Preto, no interior paulista, tem a missão de divulgar e preservar a memória ferroviária do Brasil, por meio da prática do ferreomodelismo. Há mais de 50 anos neste mercado, a empresa tem a convicção de que importantes relações humanas, como a interação entre pai e filho, avô e neto e amigos, são fortalecidas em momentos descontraídos durante a prática deste hobby.


Com atuação nacional e internacional, a Frateschi possui representantes nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Goiás, Mato Grosso do Sul, Bahia, Ceará e Pernambuco, além do Distrito Federal. No exterior, seus representantes estão na Argentina, Chile, Uruguai, Austrália, Nova Zelândia, Rússia, Suíça, África do Sul e Taiwan.
Mais informações podem ser obtidas no site www.frateschi.com.br.
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Parmenas Alt
Parmenas Alt
A estrada é longa e o tempo é curto. Não deixe de fazer nada que queira, mas tenha responsabilidade e maturidade para arcar com as consequências destas ações.
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