domingo, 28/04/2024
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Morales errou e deixou colar imagem de autoritário, diz biógrafo

Evo Morales, “filho da precariedade da Bolívia”, levou a ginástica sindical dos tempos de cocaleiro para o palácio de governo. Em mais de dois anos de poder, fez questão de manter a ligação com o camponeses e indígenas, mas falhou em conquistar o rico leste e perdeu parte da classe média que lhe era simpática em 2005.

O retrato íntimo do boliviano e flashes de sua Presidência, que estão em “Jefazo” (Sudamericana, 2008, sem tradução no Brasil), livro do jornalista e sociólogo argentino Martín Sivak, ajudam a situar a atual crise do país andino numa rota de sobressaltos de mais de duas décadas.

O “Chefão” do título é referência ao vocativo preferido de Morales, enquanto é ele quem atua como implacável padrinho de sindicatos, líderes indígenas e ministros –a exceção é no trato com Fidel Castro. O livro pincela ainda as relações dele com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O jornalista, com mais dois livros publicados sobre a Bolívia, acompanhou Morales em vários momentos nos últimos 13 anos. Até embutir-se nas tropas do já presidente e viajar com ele para África, Europa, à ONU e aos recantos do interior do país. Declinou de falar da vida pessoal dos solteiros Morales e do vice Álvaro García Linera, cujos rumores animam rodinhas e inspiração pichações em La Paz ou Santa Cruz.

O texto conta passagens da relação íntima do governo boliviano com a Embaixada dos EUA em La Paz, até 2005, em contraste com os “morram os ianques” de ainda anteontem no ato de encerramento de campanha de Morales na indígena cidade de El Alto.

À simpatia clara ao retratado e às vantagens de acesso, Sivak tenta contrapor, no livro e à Folha, o olhar do observador e sociólogo. Diz, na entrevista abaixo, que o presidente errou no manejo político da Constituinte no ano passado, e, de fundacional, ela “ficou presa no conflito” com Santa Cruz. Ao impor a maioria simples para aprovar a Carta, e não com a maioria qualificada exigida por lei e dependente da oposição, fez colar em si a imagem de autoritário ante as classe médias.

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Parmenas Alt
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