segunda-feira, 10/06/2024
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O Machismo e o fantasma do câncer de próstata

O economista Edgard Pinto, de 56 anos, só decidiu visitar o médico para verificar se podia ter câncer de próstata depois de perceber que não era apenas coincidência o fato do pai e irmão dele terem sofrido da mesma doença.

Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o histórico familiar de casos ocorridos antes dos 60 anos pode aumentar, em até 10 vezes, os riscos de se desenvolver a doença. “Assim como meus parentes, nunca pensei que pudesse ter esse tipo de câncer”, conta o economista. Mesmo assim, o diagnóstico foi tardio. Ele teve que retirar a próstata e se submeter à radioterapia, tratamento que evita que novas células cancerígenas venham a se formar no corpo. O Inca estima que o número de novos casos de câncer de próstata no Brasil, em 2008, será de quase 50 mil, o maior entre todos os tipos da doença. “Isso pode estar relacionado ao conhecimento cada vez maior do câncer de próstata pela população masculina e à facilidade de diagnóstico”, comenta Sami Arap, coordenador do Núcleo de Urologia do Hospital Sírio Libanês.

“Ao mesmo tempo, a descoberta tardia do câncer de próstata, muitas vezes associada ao preconceito que o paciente tem em se submeter ao exame de toque retal, explica o fato dele ser a segunda maior causa de morte por câncer, sendo superado apenas pelo de pulmão”, relata o especialista.

“O câncer de próstata sempre foi tabu para o sexo masculino, principalmente pela forma com que o principal diagnóstico é feito”, confessa Edgard Pinto.

A próstata é uma glândula com o tamanho de uma noz que só os homens possuem e está localizada abaixo da bexiga. Ela envolve o início da uretra e produz parte do sêmen. Para examiná-la, o médico necessita, por meio do reto, tocar a próstata com o dedo. Esse procedimento serve para diagnosticar alterações de tamanho e consistência da glândula, o que pode evidenciar um câncer. “O exame pode trazer certo desconforto físico ao paciente, mas a maioria não gosta de fazê-lo por machismo”, comenta Sami Arap.

“Tinha preconceito contra o exame de toque. Achei que a ciência evoluiria e eu não teria que me submeter a ele”, conta o empresário Saulo de Oliveira, de 45 anos. No caso dele, o câncer apareceu aos 42, e foi necessária a retirada total da próstata. “Depois de passar por isso, acabei conhecendo várias pessoas que se livraram por realizarem os exames de rotina”, comenta Oliveira. “Salvo algumas exceções, após os 50 anos, todos os homens devem fazer exames anuais para prevenir o câncer”, alerta Arap. A coleta de sangue complementa o exame de toque e, se for detectado o nódulo, uma biópsia serve para confirmar se ele é benigno ou maligno.

Sintomas
Acordar muitas vezes durante a noite para urinar ou ter dificuldades para conter ou eliminar a urina podem ser sintomas de um nódulo benigno na próstata. No caso de tumores malignos, também pode haver dificuldades no momento de urinar, além de outros sintomas como dores nas costelas e na coluna, que geralmente aparecem em estágio avançado da doença. As chances de cura são de cerca de 90% se o tumor for diagnosticado em fase inicial.

Não existem estudos específicos sobre a prevenção ao câncer de próstata, mas o consumo excessivo de carne vermelha e de outros alimentos ricos em gorduras podem facilitar o desenvolvimento da doença. Segundo especialistas, alimentos ricos em licopeno, como tomate, brócolis e beterraba, entre outros, ajudam no combate à doença.

F.Uni

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