segunda-feira, 29/04/2024
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Os perigos no consumo da carne

No país que inventou as churrascarias, a notícia de que carne vermelha deve ser consumida com muita moderação é difícil de digerir. Apesar de ser um alimento rico em ferro e uma proteína de alto valor biológico (que tem aminoácidos essenciais para atender às necessidades do organismo), em quantidade, a carne pode ser prejudicial. Uma pesquisa recém-divulgada pela revista da Associação Médica Americana, que analisou dados de 500 mil norte-americanos durante 10 anos, relacionou 11% das mortes de homens e 16% das de
mulheres com o consumo do alimento. Os pesquisadores acreditam que os óbitos, ocorridos, na maioria das vezes, em decorrência do surgimento de algum tipo de câncer ou de doenças cardiovasculares, poderiam ter sido evitados, ou pelo menos adiados, caso a ingestão de carne fosse de apenas de 9 gramas a cada 1 mil calorias diárias, o equivalente a pouco mais de uma colher de sopa por dia.

Segundo a médica Luciene Assaf, nutricionista do Hospital A. C. Camargo, de São Paulo, o câncer de colo do reto é o que mais se relaciona à ingestão de carne. No Brasil, segundo ela, as regiões Sul e Sudeste, onde o consumo é maior, apresentam as maiores taxas da doença.
Apesar de parecer mais saudável por utilizar menos óleo durante a preparação, a utilização da grelha ou da chapa para preparar o bife é considerada de risco. “De modo geral, carnes muito bem passadas dificultam mais a digestão. Por isso, cozidos sem o acréscimo de gorduras são mais saudáveis”, explica a médica Claudia Stela, do Conselho Federal de Nutricionistas. Além disso, o preparo na grelha favorece a formação de substâncias cancerígenas devido à altíssima temperatura. No caso do popular churrasco, a formação de compostos que podem provocar câncer acontece pelo contato do alimento com a fumaça liberada pelo carvão. “Claro que uma vez ou outra não tem problema, mas churrasco todo fim de semana faz mal, sim”, alerta Luciene.

Para a nutricionista Claudia, a carne não deve ser vista só como vilã. Ela lembra que a coxa e a sobrecoxa do frango, por exemplo, possuem mais gordura saturada do que a carne vermelha. Além disso, o ferro encontrado na carne é melhor absorvido pelo organismo do que o obtido a partir do consumo de vegetais. Por isso, ela sugere a moderação como melhor estratégia para ter uma alimentação saudável: “No Brasil se consome muita carne, porque ela foi associada a status. Quanto mais gorda é a carne, menor é o pedaço que se deve comer”, conclui.

F.U/Por Gisele Brito

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Parmenas Alt
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