quinta-feira, 16/05/2024
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Países pobres poderão começar a importar remédios genéricos.

Depois de uma espera de quase duas d&eacutecadas, pa&iacuteses pobres poder&atildeo come&ccedilar a importar rem&eacutedios gen&eacutericos. Nesta segunda-feira, 23, entrou finalmente em vigor uma emenda &agraves regras da Organiza&ccedil&atildeo Mundial do Com&eacutercio que permite a mudan&ccedila no fluxo de medicamentos. Para o Brasil, a medida pode significar uma queda no custo de rem&eacutedios e tamb&eacutem a abertura de mercados para a produ&ccedil&atildeo nacional de gen&eacutericos.

Os debates sobre a reforma nas regras sobre propriedade intelectual come&ccedilaram ainda no final dos anos 90. Em 2001, o assunto foi uma das principais bandeiras do ent&atildeo ministro da Sa&uacutede, Jos&eacute Serra. O debate foi mantido durante o governo Lula e, em 2005, os pa&iacuteses emergentes conseguiram votos suficientes para derrubar a resist&ecircncia dos pa&iacuteses ricos e modificar as leis de patentes.

Mas, para entrar em vigor, a reforma precisa da ratifica&ccedil&atildeo de dois ter&ccedilos dos membros da OMC, o que foi atingido nesta segunda-feira com a ratifica&ccedil&atildeo de Burkina Faso, Nig&eacuteria, Liechtenstein, Emirados &Aacuterabes e Vietn&atilde.

No acordo original, de 1995, a OMC permitia que pa&iacuteses pobres produzissem rem&eacutedios gen&eacutericos em caso de emerg&ecircncia nacional. As leis exigiam que esses produtos n&atildeo fossem exportados e o governo, para iniciar a produ&ccedil&atildeo, era obrigado a quebrar patentes de multinacionais.

O problema &eacute que, para muitos pa&iacuteses pobres, a brecha n&atildeo solucionava seu problema de acesso aos rem&eacutedios. Dezenas de economias pelo mundo n&atildeo tem a capacidade de produzir, nem mesmo a partir de patentes j&aacute existentes. Sem poder produzir, esses governos precisariam importar, o que era proibido.

Carregamentos de rem&eacutedios gen&eacutericos entre a &Iacutendia e o Brasil, al&eacutem de produtos destinados a outros pa&iacuteses, chegaram a ser confiscados e destru&iacutedos nos portos holandeses, quando faziam escala. O governo americano chegou a abrir uma disputa comercial contra o Brasil, gerando uma rea&ccedil&atildeo internacional forte por parte de ativistas.

Pressionada, a OMC chegou a um consenso para abrir a possibilidade para que essa importa&ccedil&atildeo ocorresse. Na pr&aacutetica, isso reduziria os gastos dos estados na compra de rem&eacutedios e permitiria maior distribui&ccedil&atildeo. Mas, para as multinacionais, isso tamb&eacutem significaria uma press&atildeo para baixo nos pre&ccedilos.

Com a entrada em vigor do acordo, o Brasil pode ser um dos favorecidos. Em primeiro lugar, a press&atildeo por pre&ccedilos reduzidos diante do com&eacutercio de gen&eacutericos pode influenciar nas negocia&ccedil&otildees entre multinacionais e o Minist&eacuterio da Sa&uacutede, principalmente na compra de rem&eacutedios para o coquetel contra o HIV. Mas a ind&uacutestria de gen&eacutericos brasileira tamb&eacutem pode ver a abertura de novos mercados, principalmente na Am&eacuterica Latina e Africa.

Essa &eacute uma emenda muito importante, declarou o diretor-geral da OMC, Roberto Azevedo. Ela da garantias legais de que rem&eacutedios gen&eacutericos podem ser exportados com um pre&ccedilo razo&aacutevel para satisfazer as necessidades de pa&iacuteses sem a capacidade de produ&ccedil&atildeo farmac&ecircutica ou aqueles com capacidade limitada, disse.

Ao fazer isso, ela ajuda a popula&ccedil&atildeo mais vulner&aacutevel a ter acesso a rem&eacutedios para atender suas necessidades, ajudando a lidar com doen&ccedilas como HIV, tuberculose ou mal&aacuteria, assim como outras epidemias, afirmou o brasileiro.

Margaret Chan, diretora da Organiza&ccedil&atildeo Mundial da Sa&uacutede (OMS), tamb&eacutem comemorou. Isso refor&ccedila o papel da sa&uacutede em politicas comerciais, disse. Apesar do acordo, Chan insistiu que o mundo ainda est&aacute distante de garantir um acesso universal a rem&eacutedios e alertou que os custos da nova gera&ccedil&atildeo de tratamentos s&atildeo insustent&aacuteveis para dezenas de governos pelo mundo.

Para Chan, o acordo de patentes n&atildeo &eacute suficiente e a comunidade internacional precisa debater um novo modelo que garanta pre&ccedilos adequados para as popula&ccedil&otildees mais pobres.

A sa&uacutede precisa ser prioridade, por mais que as pol&iacuteticas comerciais sejam importantes, afirmou a ministra de Rela&ccedil&otildees Exteriores do Qu&ecircnia, Amina Mohamed.

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OESTAD&AtildeO/ISTO&Eacute

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Parmenas Alt
Parmenas Alt
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